Washington - O secretário americano de Estado, John Kerry, exortou nesta terça-feira o governo em Moscou a deter seu apoio aos separatistas ucranianos, enquanto os países ocidentais ameaçam a Rússia com novas sanções.
Em conversa por telefone com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, Kerry "expressou sua profunda preocupação, diante da negativa dos separatistas apoiados pela Rússia a tomar as medidas necessárias" para permitir a prorrogação do cessar-fogo na Ucrânia.
Kerry reiterou o apoio de Washington ao governo de Kiev, informou um porta-voz da pasta, em nota à imprensa.
O secretário também lembrou que os Estados Unidos e os países aliados de Kiev "continuarão pressionando a Rússia para que pare de apoiar e enviar armas para os separatistas" e que ajude a restabelecer a ordem na fronteira, acrescenta o comunicado.
Washington pede ainda a Moscou que "convoque os separatistas a depor as armas, entregar os postos fronteiriços que controlam o governo ucraniano e libertar os reféns".
Nesta terça, Kiev retomou suas operações militares contra os separatistas no leste do país, após ter anunciado que não prorrogaria seu cessar-fogo unilateral.
O governo ucraniano e seus aliados acusam o presidente russo, Vladimir Putin, de armar e financiar os separatistas desde a destituição, em fevereiro, do então presidente pró-russo Viktor Yanukovytch.
O Kremlin nega ter armado os rebeldes, mas sobre Moscou pesam ameaças de novas sanções que, desta vez, podem afetar setores-chave de sua economia, como energia e finanças.
Kerry e Lavrov evocaram "a grave situação em matéria de segurança no Iraque" e as discussões sobre o programa nuclear iraniano entre Teerã e as grandes potências, que devem ser retomadas no fim de semana, acrescentou o Departamento de Estado.