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Resultados de eleições presidenciais do Afeganistão são adiados

As eleições colocaram frente a frente dois ex-ministros, Ashraf Ghani e Abdullah Abdullah - que liderou o primeiro turno com 45%

Cabul - O anúncio do resultado preliminar do segundo turno das eleições presidenciais afegãs, previsto para quarta-feira, foi adiado para permitir uma nova contagem de votos, anunciou nesta terça-feira (1;/7) a Comissão Eleitoral Independente (CEI), em plena polêmica sobre suspeitas de fraude. "Esperamos terminar a inspeção na sexta-feira e depois fixar uma data", anunciou à AFP Sharifa Zurmati, integrante da comissão. Durante este processo "alguns votos serão invalidados e outros, somados", disse.

As eleições colocaram frente a frente dois ex-ministros, Ashraf Ghani e Abdullah Abdullah. Este último, que liderou o primeiro turno com 45% dos votos contra 31,6% de Ghani, denuncia fraudes no segundo turno em favor de seu adversário. "Começamos a examinar os votos em dois mil centros de votação depois que a comissão decidiu garantir que haveria transparência", disse Zurmati.



No total, mais de seis mil colégios eleitorais foram abertos no dia 14 de junho para o segundo turno, que foi realizado sem incidentes graves. Mas Abdullah Abdullah rapidamente denunciou supostas fraudes que, segundo ele, comprometeram seu desempenho nas urnas. De acordo com Abdullah, a CEI, seguidores de Ghani e, inclusive, pessoas ligadas ao presidente Karzai estariam envolvidas nas supostas operações fraudulentas. Como consequência disso, decidiu boicotar a comissão retirando seus observadores.

Ghani rejeitou as acusações, afirmando que seus partidários respeitaram as normas eleitorais vigentes. Os países ocidentais que fazem doações e fornecem ajuda militar ao país, liderados pelos Estados Unidos, consideram crucial que estas eleições sejam bem-sucedidas. Eles gastaram milhões de dólares para tentar reconstruir um Estado com um governo estável após a queda do regime fundamentalista dos talibãs. Além disso, as eleições foram realizadas poucos meses antes da retirada das forças da Otan do país, prevista para ser concluída até o fim deste ano, o que aumenta os temores de um aumento da violência.