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Responsabilidade da guerra na Ucrânia recai sobre Poroshenko, diz Putin

O presidente russo também pediu aos países ocidentais que construam uma cooperação com a Rússia "em pé de igualdade" e baseada no respeito mútuo

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta terça-feira (1;/7) que, de agora em diante, toda a responsabilidade pelas operações militares no leste da Ucrânia recai sobre o presidente Petro Poroshenko, que se negou a prolongar o cessar-fogo. "Até agora, Piotr Alexeevich (Poroshenko) não tinha vínculo direto com o início das operações militares. A partir de agora, assume completamente esta responsabilidade. Não só do ponto de vista militar, como também político", declarou Putin em seu discurso anual sobre política externa.



[SAIBAMAIS]"Definitivamente, tudo aquilo pelo que a Rússia lutava desde a época de Pedro, o Grande, e, inclusive, antes, teria sido apagado", destacou. "Espero que o pragmatismo se imponha, que os ocidentais abandonem suas ambições (...) e comecem a construir relações em pé de igualdade e baseadas no respeito mútuo", declarou.

Mais cedo, a Chancelaria russa havia afirmado que as autoridades ucranianas tinham que responder pelos crimes cometidos contra a população civil desse país depois que Kiev anunciou a retomada de sua ofensiva contra os separatistas. "Pedimos às autoridades ucranianas que não bombardeiem cidades e povoados, e voltem a um cessar-fogo real e não fictício para proteger a vida da população", indicou a chancelaria. "Kiev deverá responder pelos crimes cometidos contra a população civil", acrescentou.

O Ministério russo das Relações Exteriores estabeleceu, além disso, em seu comunicado uma lista de crimes que atribui ao Exército ucraniano e que teriam sido cometidos entre 2 de junho e 1; de julho. Na lista, estão bombardeios contra prédios civis por parte da artilharia e da aviação. A chancelaria também se refere à morte de três jornalistas russos no leste da Ucrânia nas últimas semanas, em episódios que Moscou descreveu como atos deliberados. Os combates entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia já deixaram mais de 450 mortos, entre civis e combatentes nos dois campos, desde o início da insurreição há três meses.