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Corpos dos três jovens israelenses sequestrados são localizados

Vice-ministro israelense da Defesa, Danny Danon, acusou o Hamas pelas mortes e prometeu erradicar o movimento islamita palestino



"Se esses disparos prosseguirem, há duas possibilidades: ou serão detidos pelo Hamas, que é a autoridade responsável na região, ou nós os deteremos", declarou Netanyahu, em declarações divulgadas pela rádio militar.

Durante o dia, pelo menos menos 14 foguetes e morteiros foram disparados em direção ao sul de Israel a partir da Faixa de Gaza, sem que tenham sido registradas vítimas. Os projéteis só danificaram levemente duas casas, de acordo com o Exército.

Até o ministro das Finanças, Yair Lapid, considerado um moderado, afirmou que é "preciso reagir (contra o Hamas) por causa do sequestro e também pelos disparos" de foguetes.

As primeiras reações à notícia da morte dos jovens vieram da Europa. O presidente francês, François Hollande, condenou energicamente "o covarde assassinato" dos jovens e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, chamou os assassinatos de "um ato terrorista indesculpável".

5 mortos, 420 prisões

Israel acusa dois membros do Hamas pelo sequestro dos jovens encontrados mortos. Um deles negou estar envolvido no sequestro, informando, no entanto, que apoiava "qualquer ato de resistência contra a ocupação por parte de Israel, que deve pagar por sua tirania".

[SAIBAMAIS]Desde então, segundo uma porta-voz militar, o Exército israelense prendeu 420 palestinos na Cisjordânia, entre eles 305 membros do Hamas, que nega qualquer envolvimento neste caso, e revistou 2.200 residências. Além disso, cinco palestinos foram mortos por soldados israelenses desde o início da operação, batizada "Guardião de nossos irmãos".

A proibição imposta aos habitantes de Hebron, no sul da Cisjordânia, de viajar através da Jordânia foi retirada no domingo, "à exceção daqueles ligados ao Hamas", segundo o porta-voz da administração militar israelense. A reconciliação entre o Hamas e o Fatah do presidente palestino Mahmud Abbas, que levou à formação de um governo de união em Cisjordânia e Gaza, parece cada vez mais ameaçada.

Um líder do Hamas, Musa Abu Marzuk, acusou o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, de ter abandonado a Faixa de Gaza, apesar do acordo de reconciliação. "Hoje em dia, temo que seja necessário que o Hamas volte a proteger a segurança de seu povo", escreveu no Facebook.

"Gaza não viverá no vazio. Neste momento, não está sob a responsabilidade do governo anterior nem sob a responsabilidade do governo de união nacional", acrescentou. Abbas "não quer se reconciliar. Embora tenhamos lhe dado Gaza, ele não tomará" a região, afirmou.