Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez uma advertência para a possibilidade de entrada no país, sem necessidade de visto, de europeus que seguem a causa da jihad.
"Alguns europeus seguem a causa (dos insurgentes sunitas) e viajam para a Síria. Outros viajam para o Iraque, ganham experiência de combate e saem", disse Obama em uma entrevista gravada no fim de semana e transmitida neste domingo (29/6) pela rede ABC.
Esses combatentes "têm passaportes europeus, que não precisam de visto para os Estados Unidos", disse o presidente. Diante da contundente ofensiva dos insurgentes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) no norte do Iraque, o presidente americano enviou dezenas de assessores militares a Bagdá para ajudar as forças iraquianas, mas descartou a ideia de uma intervenção das tropas dos Estados Unidos.
De acordo com as últimas estimativas, cerca de 780 franceses viajaram à Síria para participar dos combates contra o governo de Bashar al-Assad. A Bélgica estima em cerca de 200 o número de belgas que fizeram o mesmo e a Grã-Bretanha, em 400.
Em um caso recente, Mehdi Nemmouche, o francês suspeito de ter matado quatro pessoas no Museu Judaico de Bruxelas no dia 24 de maio, havia passado mais de um ano na Síria, onde se juntou a grupos militantes, de acordo com o procurador de Paris.
Diante desse risco, "devemos melhorar nossa política de vigilância e nosso trabalho de inteligência sobre o terreno", disse Obama. "Em alguns momentos, teremos que atingir as organizações que tenham a intenção de nos atacar".
A pertinência de ataques aéreos está sendo discutida em Washington. No momento, uma ofensiva aérea está sendo descartada, mas o Pentágono revelou nesta semana que havia enviado drones armados para sobrevoar Bagdá com o objetivo de "proteger" os militares e diplomatas americanos.