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Secretário-geral da ONU pede mudança na relação da humanidade com o planeta

Ban Ki-moon estimou que a nova UNEA será, de hoje em diante, "a voz forte" necessária para a "próxima fase do desenvolvimento humano" no horizonte de 2015



"A mão do homem está em toda parte - do desmatamento tropical aos recursos pesqueiros em baixa, da falta d;água crescente à poluição cada vez maior dos céus, dos mares, da terra e da água em muitos lugares do mundo, do rápido declínio da biodiversidade à ameaça crescente das mudanças climáticas", advertiu Ban.

"Nós devemos agir de forma decisiva para mudar a relação da humanidade com o nosso planeta", insistiu. "A mensagem é clara: proteger o ecossistema indispensável à vida humana é parte integrante do desenvolvimento sustentável. E é um dever de todos", prosseguiu.

[SAIBAMAIS]O secretário-geral da ONU estimou que a nova UNEA será, de hoje em diante, "a voz forte" necessária para a "próxima fase do desenvolvimento humano" no horizonte de 2015, quando os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODD) sucederão os Objetivos do Milênio (ODM), definidos em 2000.

"Pela primeira vez, o conjunto de 193 membros das Nações Unidas, além de parceiros importantes, são representados em um órgão único com o objetivo comum de discutir a dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável", declarou.

Criada por resolução das Nações Unidas, adotada em março de 2013, a UNEA - novo órgão-diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) - é "o órgão da ONU de mais alto nível já reunido sobre o meio ambiente".

Segundo a ONU, ela é tida como "uma plataforma mundial para a elaboração de políticas ambientais no mais alto nível". Ela se reunirá a cada dois anos e poderá recomendar projetos de resoluções à Assembleia-geral da ONU.

"A UNEA tem o mandato e a capacidade de situar o meio ambiente ao lado da paz e da segurança, da redução da pobreza, a saúde, o comércio e o crescimento sustentável entre os temas de importância crucial para todos os governos", avaliou Ban nesta sexta-feira.

Ao encerrar os trabalhos, o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, cujo país sedia o Pnuma desde a criação do programa, em 1972, saudou a "determinação da UNEA sobre o comércio ilegal de espécies selvagens", um dos temas abordados esta semana.

O Quênia, assim como outros países africanos, sofre com a explosão da caça ilegal de elefantes e rinocerontes desde o fim dos anos 2000, alimentada pelo aumento da demanda na Ásia.

O encontro da ONU em Nairóbi foi mantido apesar das ameaças constantes de atentados de radicais islâmicos somalis contra o Quênia, que desde outubro de 2011 contribui para a ajudar na segurança da Somália.