"Sem professores não há reforma. Pela recuperação da educação pública e pela dignidade docente" diziam os cartazes carregados pelo sindicato, que também quer a melhora dos salários, mais tempo para preparar as aulas e menos alunos por turma.
[SAIBAMAIS]"Na minha opinião (a reforma educacional do governo), é insuficiente até agora. Precisa ser uma reforma muito mais profunda e imediata", disse à AFP a professora Ana Cristina, que trabalha na rede pública.
Os professores marcharam em meio a cantos como "Ministro, ministro, lhe peço que viva um mês com o meu salário, e eu com o seu".
Também participaram da manifestação representantes de organizações estudantis, como a Coordenação Nacional de Estudantes Secundaristas do Chile (Cones) e a Confederação de Estudantes do Chile (Confech), além de deputados emblemáticos do Partido Comunista, como a ex-líder estudantil Camila Vallejo.
"Compartilho a demanda dos professores, que querem estar envolvidos em uma reforma, da qual foram deixados de lado", disse à AFP Martín, de 22 anos, estudante de uma universidade privada.
Bachelet aprovou um primeiro pacote de leis para acabar com o co-pagamento das famílias, com o lucro das escolas subsidiadas pelo governo e com a seleção que segrega os alunos por origem socioeconômica.
Tanto professores como estudantes rejeitaram esses primeiros projetos, por considerá-los insuficientes, e exigem uma maior participação no projeto da reforma, que não se baseie apenas no diálogo, mas que também suas propostas nos projetos de lei.
O ministro chileno da Educação, Nicolás Eyzaguirre, vem pedindo aos profissionais do ensino e aos estudantes "paciência" e "confiança" em suas reformas.
Desde 2011, os estudantes exigem, por meio de grandes manifestações, um ensino público de qualidade no país. O Chile tem um dos sistemas educacionais mais segregados do mundo, herdado da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).