Cartum - A cristã sudanesa libertada na segunda-feira foi detida nesta terça-feira (24/6) no aeroporto de Cartum quando tentava sair do país, anunciou uma fonte ligada a Meriam Yahia Ibrahim Ishag. "A segurança nacional a deteve junto com Daniel", declarou a fonte, referindo-se a Meriam, de 26 anos e a seu marido, Daniel Wani, de nacionalidade americano. "Seus filhos e seu marido estão com ela, e o marido não é objeto de investigação", acrescentou a fonte.
Meriam Yahia Ibrahim Ishag foi condenada à morte por negar o Islã, mas teve sua liberdade anunciada na segunda-feira (23/6). A condenação de Meriam à forca, em 15 de maio, provocou fortes críticas de vários governos ocidentais e grupos de direitos humanos. A diplomacia americana segue de perto o caso e informou que oficialmente Ishag não foi presa, mas sim retida temporariamente no aeroporto por razões relativas a sua viagem (...). Não estão presos".
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A porta-voz do departamento americano de Estado Marie Harf informou que "o governo sudanês nos garantiu que estão em segurança". "Permanecemos diretamente em contato com os responsáveis oficiais sudaneses para garantir sua rápida saída do Sudão". Filha de um muçulmano, Ishag foi condenada pela lei islâmica que proíbe as conversões, depois de ter se casado com um cristão. O casal já tinha um filho de 20 meses. Ela também foi condenada a 100 chicotadas por adultério, já que, segundo a interpretação sudanesa da sharia, as uniões entre uma muçulmana e um não-muçulmano são consideradas traição conjugal.
Quando foi condenada, a mulher estava grávida e deu à luz uma menina 12 dias depois do veredicto. Depois do parto, foi levada da cela que dividia com seu primeiro filho e outras mulheres para o hospital da prisão. Cinco advogados especializados em direitos humanos se encarregaram da defesa da jovem gratuitamente. Vários líderes políticos e religiosos europeus pediram que a revogação da "sentença desumana" pronunciada contra ela.