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Juiz americano ordena que seja executada condenação de dívida argentina

A presidente argentina disse que seu país não voltará a declarar moratória, mas ressaltou, contudo que país "não será submetida à extorsão"

A justiça americana ordenou nesta quarta-feira (18/6) que seja executada a condenação da Argentina, que deve pagar aproximadamente 1,3 bilhão de dólares aos fundos especulativos em um litígio que remonta aos meses posteriores à moratória declarada pelo país em 2001.

Assim que a Suprema Corte americana rejeitou, nesta semana, a apelação argentina, o juiz federal de Nova York, Thomas Griesa, examinou as medidas cautelares que freavam a aplicação da decisão judicial, obrigando Buenos Aires a pagar no dia 30 de junho sua dívida com os fundos especulativos, chamados pela Argentina de "abutres" porque compraram a dívida já em ;default;.

Em 2012, esse mesmo juiz havia dado razão aos fundos NML Capital e Aurelius, que compraram títulos podres argentinos e se negaram a aderir ao reescalonamento oferecido pelo país em 2005 e 2010.

Na audiência desta quarta-feira, advogados da Argentina comunicaram à corte que uma delegação viajará a Nova York na próxima semana para tentar negociar com os fundos.


"Estamos preparados para sentar (em negociação) com eles", afirmou Robert Cohen, que representa a NML. Griesa também acusou a Argentina de buscar evadir o pagamento de suas dívidas.

A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse na segunda-feira que seu país não voltará a declarar moratória, mas ressaltou, contudo que a Argentina "não será submetida à extorsão".

Griesa classificou o discurso de Kirchner de "infeliz". "Não me passa realmente confiança em um compromisso de boa fé para pagar todas as obrigações da Argentina", disse o magistrado, expressando suas dúvidas de que a proposta de diálogo não seja, na verdade, um "simulacro" para postergar os pagamentos.

Griesa ordenou que a Argentina pague aos fundos, mas a ordem ficou congelada enquanto as partes esperavam a decisão da Suprema Corte em relação à apelação argentina para revisar o caso.

No entanto, a corte rejeitou os argumentos de Buenos Aires, e ao confirmar a sentença, pressionou a Argentina para que pague a dívida.

A Argentina deve fazer os pagamentos no dia 30 de junho aos fundos especulativos e também àqueles que aceitaram a reestruturação da dívida.