Jornal Correio Braziliense

Mundo

Americanos pressionam Congresso por reforma na lei de armas

Campanha surge em um momento preocupante nos Estados Unidos, que vem registrando tiroteios frequentes com vítimas fatais

WASHINGTON, 17 junho 2014 (AFP) - Familiares de vítimas de massacres nos Estados Unidos pediram à população que inunde os gabinetes dos congressistas com postais exigindo uma mudança na lei de armas, que permita a verificação total dos antecedentes dos compradores.

Segundo a organização Everytown for Gun Safety, criada pelo milionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, mais de 600.000 pessoas assinaram postais com o lema "Mais nenhuma" dirigida a senadores e representantes em Washington. Muitos deles enfrentarão a reeleição em novembro próximo.

[SAIBAMAIS]A campanha surge em um momento preocupante nos Estados Unidos, que vem registrando tiroteios frequentes com vítimas fatais. Em 11 de junho, por exemplo, um padre morreu e outro ficou ferido em uma troca de tiros em frente a uma igreja no Arizona.

Um dia antes, um estudante de 15 anos armado com um rifle entrou no ginásio da escola Reynols High School de Troutdale, perto de Portland (Oregon, noroeste), matou um aluno com um tiro e feriu um dos professores, suicidando-se em seguida.



"O sonho americano neste país não inclui assassinatos sem sentido de homens, mulheres e crianças", desabafou Dave Hoover, que perdeu o sobrinho Alexander Boik no ataque a um cinema na cidade de Aurora, no estado do Colorado, em julho de 2012. Outras 11 pessoas foram baleadas e morreram no mesmo episódio.

Há uma semana, o presidente Barack Obama convocou a população a fazer um "exame de consciência" diante da violência pelo uso de armas de fogo e advertiu que os tiroteios em massa ultrapassaram os limites que um país desenvolvido pode tolerar.

Em 2010, foram registradas 31.672 mortes por arma de fogo. Desse total, 61,2% foram suicídios, e 35%, homicídios, de acordo com números dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.

Existe hoje, no país, um intenso debate sobre o frágil controle de armas em território americano. As medidas promovidas por Obama foram bloqueadas no Senado, devido à forte oposição e ao poderoso lobby da Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês).