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Estados Unidos e europeus querem impor novas sanções à Rússia

A subsecretária Victoria Nuland reiterou que Washington desaprova a venda dos navios de guerra franceses Mistral para Moscou

Washington - O governo americano disse nesta segunda-feira que cerrou fileiras com seus aliados europeus para impor novas sanções à Rússia caso Moscou prossiga desestabilizando o leste da Ucrânia.

Estados Unidos e União Europeia "estão agora trabalhando em uma série de sanções para os setores energético, bancário e de defesa" russos, declarou a subsecretária americana para a Europa, Victoria Nuland, no German Marshall Fund, organização situada em Washington.

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Nuland acusou Moscou de empreender "esforços adicionais para ajudar e induzir os separatistas", enviando tanques e lança-foguetes. O governo russo rejeita a acusação. "Não há dúvida de que tivemos uma grave deterioração no terreno na última semana", disse, fazendo referência à derrubada de um avião militar por parte de rebeldes pró-russos, que matou 49 soldados ucranianos.

Nuland deu as boas-vindas, porém, aos últimos contatos entre o presidente ucraniano, o recém-eleito Petro Poroshenko, e o presidente russo, Vladimir Putin. Agora, acrescentou Victoria, Estados Unidos e Europa avaliam a situação na Ucrânia "todos os dias", ao mesmo tempo em que advertem Putin que, "se não mudar de rumo, haverá custos".

A subsecretária reiterou que Washington desaprova a venda dos navios de guerra franceses Mistral para Moscou. "Deixamos claro, bem antes da crise na Ucrânia, que nos preocupava profundamente se o certo seria enviar os navios (da classe) Mistral", afirmou.

O acordo de 2011 para a venda desses navios para a Rússia deflagrou protestos dos Estados Unidos e de outros aliados da Otan. Paris resistiu até agora à pressão para suspender o polêmico contrato de US$ 1,2 bilhão.