Londres - As declarações de Tony Blair afirmando que o que está ocorrendo no Iraque não tem nada a ver com a invasão de 2003 provocaram nesta segunda-feira (16/6) uma chuva de críticas, e levaram o prefeito de Londres a acusá-lo de ter enlouquecido. Blair foi o principal aliado do presidente dos Estados Unidos George W. Bush na invasão do Iraque em 2003, argumentando que o regime de Saddam Hussein estava construindo armas de destruição em massa que nunca foram encontradas.
[SAIBAMAIS]"Cheguei à conclusão de que Tony Blair enlouqueceu", escreveu o prefeito de Londres, Boris Johnson, em sua coluna semanal no Daily Telegraph nesta segunda-feira (16). "Precisa de ajuda psiquiátrica profissional", insistiu o prefeito conservador, porque suas declarações "estão muito distantes da realidade".
"A guerra no Iraque foi um erro trágico", declarou Johnson, acusando Blair e Bush de uma arrogância incrível por acreditar que a deposição de Hussein não ia desencadear um período de instabilidade que terminou com a morte de mais de 100 mil iraquianos e de milhares de soldados americanos e britânicos. Blair também foi criticado pelos trabalhistas.
"Não estava de acordo com Tony na época e não estou agora", declarou John Prescott, que foi seu vice-primeiro-ministro. Tony Blair "estava total e absolutamente equivocado, e continua estando equivocado", afirmou Clare Short, ex-ministra de Desenvolvimento Internacional, que renunciou em 2003 pela aventura iraquiana. O secretário de Estado de Relações Exteriores da época, Mark Malloch-Brown, pediu a Tony Blair que fique calado.