"Como mulher, é difícil falar quando se viveu uma violência física semelhante. Mas vir aqui e ver tanta gente se interessar por este tema me dá uma força incrível. É algo que não havia sentido antes. É uma força que vem do fundo do coração e se alimenta da sede de justiça", explicou à AFP a jornalista investigativa colombiana Jineth Bedoya Lima, do jornal El Espectador, estuprada por paramilitares em 2000.
"Há cinco anos, não se falava deste assunto", declarou o médico congolês Desiré Munyali, cirurgião infantil e médico forense, que trabalha no hospital de Panzi, em Kivu do Sul (leste), para ajudar as mulheres estupradas.
"As pessoas preferiam se esconder, inclusive negar ajuda. O governo, talvez por vergonha ou por cumplicidade, não queria nem mesmo falar disso. Mas hoje estão aqui, em Londres, falarão e acredito que tomarão decisões. É a nossa esperança".