Tóquio está submetendo suas infraestruturas para os Jogos Olímpicos de 2020 a uma rígida análise, devido aos custos de construção e seu impacto ambiental, afirmou nesta quarta-feira (11/6) o governador da capital japonesa, Yoichi Masuzoe.
Estima-se que a conta para a dezena de novas instalações e a reforma das duas existentes será, por enquanto, o dobro dos US$ 1,5 bilhão inicialmente previstos.
A joia da coroa dos Jogos, o novo estádio, também foi criticada pelo preço e pelo temor de que seu projeto futurista cause danos visuais à paisagem de um dos poucos cinturões verdes da cidade.
Masuzoe assegurou que os funcionários da metrópole voltariam a revisar as construções planejadas para ajudar os cidadãos de Tóquio a "entender melhor" os planos.
"Precisamos examinar de forma realista que tipo de legado deixará o que está projetado, uma vez acabem os Jogos", afirmou Masuzoe à assembleia municipal na terça-feira, em declarações que depois publicou em sua página na internet.
"Temos que levar em conta as preocupações sobre o custo que representa preparar os Jogos, assim como o preço crescente dos materiais e dos gastos trabalhistas", prosseguiu o político.
"Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos não são só o acontecimento esportivo mais importante do mundo, mas também são eventos que trazem consigo grandes oportunidades para o povo e a cultura da cidade anfitriã", acrescentou Masuzoe.
O mercado de trabalho de Tóquio está diminuindo com a redução da oferta de trabalhadores especializados, o que aumenta seus salários, enquanto o cada vez mais debilitado iene encarece a importação de materiais de construção.
Entre as preocupações ambientais, destaca o canal onde será disputada a canoagem slalom, que os ambientalistas afirmam que poderá colocar em risco a vida selvagem em uma região que tem espécies ameaçadas.
O Comitê Organizador de Tóquio assegurou que realizará uma "reunião de ajustes" na quinta-feira com os principais políticos municipais e o chefe do Comitê Olímpico Japonês, Tsunekazu Takeda.
Masuzoe não foi claro sobre se o novo estádio olímpico, que será subvencionado pelo governo nacional, estaria dentro da revisão, mas garantiu que "continuariam estudando" seu impacto nos parques locais e estradas.
Um grupo de renomados arquitetos e grupos da sociedade civil criticou o projeto do estádio e seu custo, que se valorizou em 3 bilhões de dólares, antes de os organizadores reduzirem o tamanho do edifício.
O governo nacional está convencido de que o estádio emblemático custará US$ 1,6 bilhão, mas os críticos debocharam da redução do custo, afirmando que certamente superará o orçamento inicial.