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Sem acordo, Ucrânia mantém rejeição a oferta da Rússia sobre gás

O ministro ucraniano da Energia, Yuri Prodan, manteve a rejeição de seu país em aceitar o preço do gás que Moscou propõe

Bruxelas - As negociações trilaterais entre a União Europeia (UE), a Rússia e a Ucrânia sobre o gás terminaram nesta quarta-feira em Bruxelas sem um acordo sobre como fixar, por contrato, o preço por 1.000 m3 de fluido.

Esta nova rodada de negociações, que havia começado após o anúncio do gigante russo Gazprom de adiar até segunda-feira a passagem a um sistema de pré-pagamento para o fornecimento de gás à Ucrânia se o país não pagar sua dívida, terminou colocando em evidência as divergências que persistem.

O ministro ucraniano da Energia, Yuri Prodan, manteve a rejeição de seu país em aceitar o preço do gás que Moscou propõe, anúncio feito pouco depois de o presidente Vladimir Putin apelar para Kiev aceitar "o preço final" de 385 dólares, com um desconto incluído de 100 dólares, por 1.000 m3.

"A posição não mudou", disse em coletiva de imprensa. "A Ucrânia quer negociar um preço aceitável baseado em condições de mercado, que respeitem as regras de definição de preços nos mercados europeus", acrescentou.



"O mecanismo de cálculo de preços proposto pela Rússia é um mecanismo político, propõe um desconto, mas já vimos como da noite para o dia o revoga", acrescentou.

"A parte russa chegou com uma proposta completa", declarou o ministro russo, Alexander Novak. Isso é um preço de 385 dólares, que inclui um desconto de 100 dólares vigente durante um ano e que se aplicaria à dívida que Kiev mantém com Moscou.

"Durante o período de consultas, que dura mais de um mês, a Rússia seguiu entregando gás à Ucrânia e à UE, mas pensamos que é hora de fechar esta negociação e tomar decisões de compromisso", finalizou.

Por sua vez, o comissário europeu de Energia, Gunther Oettinger, que atuou como mediador entre as partes, explicou em coletiva de imprensa que as negociações estabeleceram uma base comum sobre o preço, cerca de 385 dólares, os volumes entregues e o prazo de vigência, de doze meses, aos quais podem se somar outros três meses.

Esta solução permitiria "cobrir o próximo inverno (boreal)" e constituir reservas para a primavera 2015 sem um corte no fornecimento para a Ucrânia, ressaltou.

"Devemos utilizar os próximos dias (até segunda-feira) em nosso favor", declarou Oettinger, acrescentando que todas as partes permanecerão em contato para alcançar um acordo.