Karachi - Insurgentes talibãs atacaram pelo segundo dia seguido o aeroporto de Karachi, o principal do Paquistão, sem provocar vítimas, um dia depois de um ataque que deixou 37 mortos. O Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), principal grupo rebelde islamita do país, reivindicou o ataque desta terça-feira (10/6), que foi mais parecido a uma advertência.
[SAIBAMAIS]Os moradores temiam uma operação terrestres das forças governamentais. Os aliados ocidentais do Paquistão pediram nos últimos anos a Islamabad uma intervenção militar na região para erradicar os extremistas. Mas até o momento o governo descartou a opção por temer o aumento dos atentados como represália, mas também porque esta é uma região estratégica para o vizinho Afeganistão que está em um ano chave pela retirada das tropas da Otan ao fim do ano.
Nesta terça-feira, poucas horas depois da ação militar no noroeste do país, vários homens armados voltaram a atacar um posto de controle no aeroporto de Karachi, a 500 metros das principais instalações. A televisão estatal exibiu imagens de veículos paramilitares e ambulâncias seguindo para o local do ataque.
Mas poucos minutos depois as forças de segurança anunciaram o fim do ataque. Antes do ataque ao aeroporto, a Força Aérea do Paquistão bombardeou uma região tribal do noroeste do país, considerada um reduto talibã, e pelo menos 15 pessoas morreram, anunciaram as autoridades militares. De acordo com o exército, os bombardeios destruíram "nove guaridas de terroristas".
O balanço da operação, realizada no vale de Tirah (distrito de Khyber), não pôde ser confirmado por fontes independentes. O TTP declarou "guerra santa" ao governo de Islamabad em 2007 para denunciar a aliança com os Estados Unidos. Os ataques provocaram mais de 6.000 mortes desde então no país. Karachi, cidade de 18 milhões de habitantes, também é considerada um dos principais refúgios clandestinos do TTP no país. Em 2011, o TTP atacou uma base naval na cidade, destruiu dois aviões e matou 10 integrantes das forças de segurança em uma ação de 17 horas.