Washington - O secretário de Estado John Kerry justificou neste domingo a libertação do soldado Bergdahl, afirmando que teria sido insultante e incompreensível abandoná-lo nas mãos do grupo talibã no Afeganistão, sob o risco de que fosse torturado.
Washington não podia deixar "conscientemente um americano nas mãos de gente que podia torturá-lo e cortar sua cabeça", declarou à rede CNN o chefe da diplomacia, em suas primeiras declarações sobre a troca.
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O soldado Bowe Bergdahl ficou sequestrado por cinco anos no Afeganistão, e foi trocado na última semana por cinco militantes talibãs detidos na prisão de Guantánamo.
A operação provocou polêmica nos Estados Unidos, por medo de que os homens voltem a se integrar ao grupo talibã, ao mesmo tempo em que alguns congressistas acusam o soldado de ter desertado.
O FBI confirmou neste domingo que estava investigando ameaças contra a família de Bergdahl.
Sem fornecer detalhes sobre a natureza das ameaças, um comunicado da porta-voz do FBI Jacqueline Maguire indica que os investigadores encaravam com seriedade as ameaças.
"Estamos cientes das ameaças e investigamos junto com as representações de polícia locais", disse Maguire.
"Como é habitual, consideramos seriamente estas ameaças", acrescentou.
Referindo-se aos temores levantados pela troca, Kerry afirmou que tem confiança que os prisioneiros libertados, que assinaram um acordo com o Catar, onde devem permanecer por um ano, respeitarão seus compromissos.
"Se não for o caso, temos os meios para responder", acrescentou.