Maiduguri - Centenas de pessoas podem ter sido mortas em ataques, supostamente realizados pelo grupo islamita Boko Haram, em quatro vilas no nordeste da Nigéria, informaram fontes locais nesta quinta-feira (5/6). Homens armados, com uniforme militar, invadiram o distrito de Gwoza, no estado de Borno, na noite de terça-feira, destruindo casas, igrejas e mesquitas, e matando os moradores que tentavam fugir.
Líderes comunitários calculam as vítimas entre 400 e 500 pessoas, embora não tenha sido feito um levantamento por parte de fontes independentes devido à má qualidade das comunicações e à dificuldade em levar serviços de emergência ao local. Outro incidente, em Maiduguri, também no nordeste do país, deixou 45 mortos. Integrantes do Boko Haram fingindo ser pregadores abriram fogo contra a multidão, de acordo com moradores.
Se confirmado, o ataque nas vilas de Goshe, Attagara, Agapalwa e Aganjara seria um dos piores na insurgência islâmica do país, que já dura cinco anos. No último dia 5 de maio, mais de 300 pessoas morreram em um atentado na cidade de Gamboru Ngala. "Foram assassinatos em massa, mas ninguém pode indicar um número, porque ninguém conseguiu chegar ao lugar, e porque os insurgentes ainda estão lá. Eles tomaram toda a área", explicou à AFP Peter Biye, parlamentar local.
"Há corpos espalhados por todas as áreas, e as pessoas estão fugindo", acrescentou Biye, que representa Gwoza na Câmara dos Deputados. A situação foi descrita por moradores como "crise humanitária", enquanto alguns pediam a entrada de grupos independentes para enterrar os mortos.
- Retaliação -
Relatos dizem que os militantes continuaram com o ataque na quarta-feira, roubando comida e ateando fogo em casas de toda a região. "Centenas de corpos estão lá... Porque não há ninguém para enterrá-los", explicou um líder comunitário de Attagara, pedindo anonimato. Ele afirmou que somente as mulheres foram poupadas, e que meninos foram "arrancados de suas mães e mortos".
Além disso, quem tentou fugir foi perseguido e morto por homens em motocicletas, acrescentou. O distrito de Gwoza é cercado por montanhas e pela floresta Sambisa, onde o grupo terrorista Boko Haram tem uma base. O governo realizou uma busca neste floresta onde estariam as mais 200 estudantes sequestradas em abril pelo mesmo grupo que renega a educação ocidental.
Muitas pessoas fugiram pela fronteira com Camarões, enquanto soldados foram enviados para libertar as vilas, segundo Biye. O governo também teria bombardeado a área, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades. Residentes de Attagara, vilarejo de maioria cristã, acreditam que o ataque foi uma retaliação à morte de quatro integrantes do Boko Haram, que atacaram uma igreja e mataram nove pessoas.
Além disso, sete militantes também teriam morrido durante outro ataque recente. O Boko Haram ("A educação ocidental é um pecado" em língua hausa), que deseja impor a lei islâmica no norte da Nigéria, matou milhares de pessoas desde 2009 e atacou escolas do nordeste do país em várias oportunidades. A maioria dos ataques recentes foi cometido no nordeste da Nigéria, reduto histórico do grupo, onde o Exército mantém uma grande ofensiva contra os islamitas.
Líderes comunitários calculam as vítimas entre 400 e 500 pessoas, embora não tenha sido feito um levantamento por parte de fontes independentes devido à má qualidade das comunicações e à dificuldade em levar serviços de emergência ao local. Outro incidente, em Maiduguri, também no nordeste do país, deixou 45 mortos. Integrantes do Boko Haram fingindo ser pregadores abriram fogo contra a multidão, de acordo com moradores.
Se confirmado, o ataque nas vilas de Goshe, Attagara, Agapalwa e Aganjara seria um dos piores na insurgência islâmica do país, que já dura cinco anos. No último dia 5 de maio, mais de 300 pessoas morreram em um atentado na cidade de Gamboru Ngala. "Foram assassinatos em massa, mas ninguém pode indicar um número, porque ninguém conseguiu chegar ao lugar, e porque os insurgentes ainda estão lá. Eles tomaram toda a área", explicou à AFP Peter Biye, parlamentar local.
"Há corpos espalhados por todas as áreas, e as pessoas estão fugindo", acrescentou Biye, que representa Gwoza na Câmara dos Deputados. A situação foi descrita por moradores como "crise humanitária", enquanto alguns pediam a entrada de grupos independentes para enterrar os mortos.
- Retaliação -
Relatos dizem que os militantes continuaram com o ataque na quarta-feira, roubando comida e ateando fogo em casas de toda a região. "Centenas de corpos estão lá... Porque não há ninguém para enterrá-los", explicou um líder comunitário de Attagara, pedindo anonimato. Ele afirmou que somente as mulheres foram poupadas, e que meninos foram "arrancados de suas mães e mortos".
Além disso, quem tentou fugir foi perseguido e morto por homens em motocicletas, acrescentou. O distrito de Gwoza é cercado por montanhas e pela floresta Sambisa, onde o grupo terrorista Boko Haram tem uma base. O governo realizou uma busca neste floresta onde estariam as mais 200 estudantes sequestradas em abril pelo mesmo grupo que renega a educação ocidental.
Muitas pessoas fugiram pela fronteira com Camarões, enquanto soldados foram enviados para libertar as vilas, segundo Biye. O governo também teria bombardeado a área, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades. Residentes de Attagara, vilarejo de maioria cristã, acreditam que o ataque foi uma retaliação à morte de quatro integrantes do Boko Haram, que atacaram uma igreja e mataram nove pessoas.
Além disso, sete militantes também teriam morrido durante outro ataque recente. O Boko Haram ("A educação ocidental é um pecado" em língua hausa), que deseja impor a lei islâmica no norte da Nigéria, matou milhares de pessoas desde 2009 e atacou escolas do nordeste do país em várias oportunidades. A maioria dos ataques recentes foi cometido no nordeste da Nigéria, reduto histórico do grupo, onde o Exército mantém uma grande ofensiva contra os islamitas.