Washington - O governo dos Estados Unidos afirmou nesta quarta-feira (4/6) que está impaciente para trabalhar com o novo governo do presidente egípcio Abdel Fatah al-Sissi, ao qual estimula a realizar uma reforma dos direitos humanos. O presidente americano Barack Obama conversará em breve com Al-Sissi, ex-comandante do Exército que foi eleito presidente do Egito, anunciou a Casa Branca em um comunicado.
Washington espera poder trabalhar com Al-Sissi "para avançar em nossa associação estratégica e na quantidade de interesses comuns de Estados Unidos e Egito", afirma o comunicado. Além disso, o texto "convoca o presidente eleito e o governo a adotarem as reformas necessárias para governar com responsabilidade e transparência, para garantir justiça a todos os indivíduos e demonstrar um compromisso com a proteção dos direitos universais de todos os egípcios".
Al-Sissi, que dirige o Egito de fato desde que destituiu o islamita Mohamed Morsy, há 11 meses, foi proclamado presidente com 96,9% dos votos, anunciou na terça-feira a Comissão Eleitoral. Os aliados islamitas de Morsy boicotaram a eleição. O marechal, que passou à reserva para poder disputar a eleição presidencial, recebeu 23.780.104 votos, contra 757.511 do único rival, o líder da esquerda Hamdeen Sabbahi.
Com uma economia afetada por anos de mal-estar e distúrbios, Al-Sissi convocou nesta quarta-feira - em um discurso televisionado após sua proclamação - os egípcios a "trabalhar para que a segurança retorne a esta nação". "O futuro é uma página em branco, e está em nossas mãos preenchê-la com o que quisermos... pão, liberdade, dignidade humana, justiça social", acrescentou.
A Casa Branca declarou em seu comunicado que as eleições se desenvolveram em consonância com as leis egípcias, embora tenha expressado preocupação pelo "ambiente político restritivo" no qual ocorreu a votação, e pediu para Al-Sissi acelerar as reformas em matéria de direitos. "Expressamos constantemente nossa preocupação pelos limites à liberdade pacífica de reunião, associação e expressão, e convocamos o governo a garantir estas liberdades, assim como os devidos processos para todos os egípcios".
Além disso, antes das eleições parlamentares que irão ocorrer ainda este ano, Washington convocou o país a considerar formas para melhorar o modo como as mesmas se desenvolverão. "A autêntica democracia se constrói com base na lei, nas liberdades civis e no discurso aberto", indicou o comunicado.