Jornal Correio Braziliense

Mundo

Revolta contra regime sírio de Assad já deixou mais de 162 mil mortos

Entre as vítimas há mais de 53.978 civis, dos quais 8.607 crianças



Segundo um estudo da rede euro mediterrânea de direitos humanos (novembro de 2013), muitas mulheres foram estupradas na prisão e utilizadas como escudos humanos ou sequestradas para exercer pressão e humilhar suas famílias.

Refugiados e deslocados


No dia 4 de maio, a ONU criticou a comunidade internacional por não fornecer ajuda suficiente aos milhares de refugiados na região e nos países de acolhida. "Estes países receberam três milhões de refugiados sírios registrados e não registrados e este enorme impacto não está plenamente reconhecido", lamentou a ACNUR, agência da ONU para os refugiados.

Segundo a ONU, no início de abril o número de refugiados chegava a mais de 2,8 milhões, dos quais mais de um milhão estão no Líbano. A Turquia acolhia 770.000 (um milhão, segundo Ancara, desde o fim de abril), a Jordânia quase 600.000, o Iraque cerca de 220.000 e o Egito 137.000.

Além disso, 6,5 milhões de pessoas foram deslocadas no interior da Síria.

Drama humanitário e consequências humanas

A situação humanitária alcançou um nível crítico, segundo a ONU. Três em cada quatro sírios vivem na pobreza e mais da metade (54,3%) na extrema pobreza, segundo um relatório da organização publicado no fim de maio.

Além disso, mais de 20% da população não tem meios para satisfazer as suas necessidades básicas, e nas regiões sitiadas sofrem de fome e desnutrição.

Dos 91 hospitais públicos, 61 foram atingidos e quase a metade deles está fora de serviço. Também foram afetados 53 centros hospitalares privados.

Os beligerantes na Síria seguem restringindo de forma arbitrária o fornecimento de ajuda humanitária e a situação em terra piorou, lamentou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em um relatório transmitido no dia 22 de maio ao Conselho de Segurança.

A Comissão da ONU sobre as violações dos direitos humanos denunciou que o regime ataca as cidades e utiliza a fome como método de guerra.

Segundo a ONU, o PIB se contraiu 41% em relação a 2010. A inflação alcançou 178% em três anos e o desemprego subiu a 54,3% no terceiro trimestre de 2013.

Segundo fontes oficiais, a destruição provocada pela guerra chega a 31 bilhões de dólares e a produção de petróleo caiu 96%.