Bruxelas - A maioria das tropas russas se retiraram da fronteira com a Ucrânia, indicou nesta terça-feira (3/6) um funcionário militar da Otan, ressaltando que restam apenas alguns milhares de soldados russos.
"A maioria das tropas já se retiraram da fronteira. Apenas algumas milhares permanecem na zona, mas muitas destas unidades parecem estar preparando sua retirada", afirmou este funcionário que pediu o anonimato.
Este funcionário militar da Aliança Atlântica disse que, se a organização puder comprovar uma retirada "completa e verificável", esta constituirá um "passo na direção correta por parte da Rússia". No entanto, acrescentou, esta retirada não apaga o que ocorreu nos últimos meses.
"A Rússia organizou a tomada militar da Crimeia e ameaçou a Ucrânia mobilizando tropas ao longo de sua fronteira. A dinâmica da segurança na Europa mudou sua essência", indicou.
Segundo a Otan e os Estados Unidos, a Rússia mobilizou até 40.000 soldados na fronteira com a Ucrânia, assim como tanques, aviões e helicópteros de combate.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, considerou nesta terça-feira que a Rússia deve contribuir para baixar a tensão na Ucrânia procedendo a uma retirada total de suas tropas da fronteira.
Também acrescentou que "cessar seu apoio aos grupos armados na Ucrânia" favoreceria "uma solução política pacífica aos problemas".
Rasmussen, que se expressou antes de uma reunião de ministros da Defesa da Aliança em Bruxelas, onde se encontra a sede da organização, disse que "as ações irresponsáveis" da Rússia significam que a Otan deve revisar sua política de defesa, já que Moscou demonstrou que estava disposto a redesenhar as fronteiras à força.