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Ataque contra igreja em Bangui foi um 'ato terrorista', segundo presidência

O conflito no país ganhou uma dimensão religiosa após a renúncia forçada do presidente Michel Djotodia e do movimento rebelde Seleka, em janeiro

A presidente interina da República Centro Africana, Catherine Samba Panza, chamou nesta sexta-feira (30/5) de "ato terrorista" o ataque contra uma igreja em Bangui que fez 17 mortos na quarta-feira e provocou uma onda de violência na capital.

"O fato de os autores dos crimes continuarem a circular livremente explica esse aumento de atos terroristas", declarou em uma transmissão de rádio Samba Panza, mencionando o ataque contra a Igreja de Nossa Senhora de Fátima e denunciando "uma situação de guerrilha urbana".

A presidente também pediu aos manifestantes "que ergueram barricadas na capital para desfazê-las imediatamente. Porque não é na desordem que podemos governar um país. Eu não quero que o sangue do povo centro-africano continue a fluir", disse, ao declarar luto nacional de três dias em memória das vítimas da igreja.

Samba Pança também pediu às forças francesa Sangaris, africana Misca e europeia Eufor-RCA "para fornecer todo o apoio necessário à polícia e à guarda nacional" para prender os culpados.

Para restaurar a segurança em Bangui, "precisamos do envolvimento de todas as nossas forças de defesa e segurança incluindo as forças armadas centro-africanas", insistiu.


O ataque de quarta-feira teve como alvo a igreja Nossa Senhora de Fátima de Bangui. Testemunhas acusaram a ex-rebelião Seleka, de maioria muçulmana.

Desde janeiro, após a renúncia forçada do presidente Michel Djotodia e de seu movimento rebelde Seleka, que havia tomado o poder em março de 2013, o conflito no país ganhou uma dimensão religiosa.

Os muçulmanos de Bangui, acusados de colaboração com a rebelião Seleka, foram vítimas de ataques das milícias cristãs conhecidas como "antibalaka" e muitos muçulmanos foram obrigados a partir ao exílio.