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Estados Unidos nega acusação de tentativa de assassinato contra Maduro

Maduro foi eleito em abril de 2013, depois da morte de Hugo Chávez, seu padrinho político

Washington - Os Estados Unidos classificaram de "absolutamente falsas" e "sem base" as acusações de autoridades venezuelanas contra um embaixador americano, que teria planejado um golpe de Estado e o assassinato do presidente Nicolás Maduro, informou nesta quinta-feira o Departamento de Estado. "Sejamos claros, essas acusações são absolutamente falsas e sem base", declarou a porta-voz Jen Psaki.


Lideranças do partido no poder, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), acusaram na quarta feira um grupo de opositores venezuelanos - incluindo a deputada destituída María Corina Machado - e o embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, Kevin Whitaker, de planejar um golpe de Estado e uma tentativa de assassinato contra Maduro.

Acompanhado de dirigentes do PSUV, o prefeito da cidade de Libertador, Jorge Rodríguez, divulgou para a imprensa cinco e-mails de Machado e de outros políticos da oposição, onde eles supostamente discutem formas de agravar a crise política no país para causar a queda de Maduro.

Rodríguez afirmou que o embaixador Whitaker é o coordenador "de um golpe de Estado com a cumplicidade de políticos e civis venezuelanos". Também estariam envolvidos no plano o banqueiro venezuelano Eligio Cedeño, que atualmente mora nos Estados Unidos, e o ex-candidato presidencial Henrique Salas R;mer, entre outros.

Mas Psaki afirmou que "muitas vezes o governo venezuelano tentou desviar a atenção de suas próprias ações culpando os Estados Unidos" e outro países por problemas na Venezuela.

Maduro foi eleito em abril de 2013, depois da morte de Hugo Chávez, seu padrinho político. Ele já ordenou a expulsão de oito funcionários da embaixada e do consulado americano, e acusa Washington de apoiar os protestos de opositores que tomaram o país a partir de fevereiro.

As manifestações, motivadas pela crise econômica e pela insegurança, deixaram 42 mortos, cerca de 800 feridos e mais de 150 pessoas detidas.

"Os assuntos verdadeiros devem ser objeto de diálogo sério e inclusivo entre os venezuelanos, com ações para atender aos anseios legítimos dos venezuelanos", ressaltou a porta-voz.

Um pacote de sanções contra autoridades da Venezuela por supostas violações de direitos humanos durante os protestos foi aprovado na quarta-feira pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, e está sendo estudado pelo Senado.

Apesar do apoio legislativo às sanções, o Departamento de Estado já deixou claro em várias oportunidades que considera a medida "uma opção", mas que a prioridade é incentivar o diálogo entre os dois lados na Venezuela.

Washington e Caracas têm uma relação tumultuada desde o governo Chávez, e não possuem representação diplomática desde 2010.