Bogotá -O atual presidente colombiano, Juan Manuel Santos, enfrenta a partir desta segunda-feira (26/5) uma campanha difícil para o segundo turno eleitoral do dia 15 de junho, depois que seu maior adversário, Óscar Zuluaga, que rejeita as negociações de paz com as Farc, ficou à sua frente no primeiro turno. Santos, que durante grande parte da campanha foi considerado favorito, só conquistou 25,6% dos votos, contra 29,3% de seu rival nas eleições de domingo.
[SAIBAMAIS]"Sou amigo da paz e estou disposto a buscar uma paz negociada, se as Farc querem uma paz negociada é preciso haver condições", disse Zuluaga em uma coletiva de imprensa, lembrando que, se chegar à presidência suspenderá imediatamente os diálogos com a guerrilha até o fim de toda ação criminosa. Mas de "forma alguma é possível falar de um cessar-fogo bilateral (...), tem que ser um cessar unilateral", disse o candidato.
Além disso, afirmou que esta organização deverá aceitar "uma pena reduzida na ordem dos seis anos para buscar uma paz negociada", em alusão aos líderes rebeldes que tenham cometido crimes graves, salvando os guerrilheiros de baixo escalão da prisão. Para o segundo turno, as alianças que Santos e Zuluanga conseguirem travar com os outros candidatos que competiram no primeiro turno serão decisivas.
Assim, os aspirantes tentarão alcançar os 15,5% dos eleitores que votaram na conservadora Marta Lucía Ramírez, candidata mais próxima ao uribismo, os 15,2% do eleitorado que preferiu a esquerdista Clara López e os simpatizantes de Enrique Peñalosa (8,3%).
O segundo turno
A campanha pelo primeiro turno foi marcada por vários escândalos: primeiro um ex-assessor de Santos foi acusado pela imprensa de receber subornos do narcotráfico, enquanto um colaborador da campanha de Zuluaga é investigado por ter supostamente interceptado os e-mails do presidente.
"A abstenção cresceu em relação à eleição passada porque houve um cansaço do eleitorado pelos escândalos, que afastaram o povo", disse Darío Acevedo, acadêmico da Universidade Nacional. Além disso, a campanha de Santos, que conta com uma popularidade de 38%, também foi atingida pelo descontentamento, em um país de 47 milhões de habitantes, no qual um terço da população é pobre, embora a economia registre um crescimento superior a 4%.