Jerusalém - O papa Francisco celebrou nesta segunda-feira (26/5) à tarde uma missa com religiosos da Terra Santa no Cenáculo de Jerusalém, a última etapa e o local mais polêmico de sua peregrinação ecumênica de três dias. Por medida de precaução, três jovens judeus que estavam na escola talmúdica perto do Cenáculo, um local sagrado para os cristãos, judeus e muçulmanos, que cristaliza as tensões na Cidade Santa, foram detidos antes da chegada do papa, declarou à AFP uma porta-voz, Luba Samri. A área foi completamente esvaziada pela polícia.
Durante esta missa privada, Francisco manteve seu habitual discurso carregado de emoção na presença dos líderes das dioceses e ordens religiosas da Terra Santa, aproveitando o momento para apresentar a ideia da família. A Igreja deve ser uma "nova família", desejou, insistindo na "fraternidade" e "amizade". Para os judeus, o edifício abriga o túmulo do Rei David, venerado desde o século 12. E para os muçulmanos, que construíram uma mesquita até que o exército israelense conquistou o Monte Sião, em 1948, local também é considerado um santuário.
[SAIBAMAIS]"O Cenáculo nos faz lembrar a partilha, a fraternidade, a harmonia, a paz entre nós. Muito amor, muita felicidade jorram do Cenáculo! Apenas caridade sai daqui, como um rio desde a sua nascente", disse o pontífice. "Todos os santos saíram daqui. O grande rio da santidade da Igreja sempre tem sua origem aqui, de novo e de novo, do Coração de Cristo, sa Eucaristia, de Seu Espírito Santo".
Hoje, os cristãos pedem para utilizar o local, onde eles têm acesso livre, mas onde só não podem celebrar missas duas vezes por ano, na Quinta-Feira Santa e Pentecostes. Este pedido provocou a ira de extremistas judeus, temendo que a visita do papa ao Cenáculo faça parte das negociações entre Israel e a Santa Sé que poderia colocar um fim ao status quo. A polícia israelense teve de adotar medidas contra dezenas de extremistas judeus suspeitos de querer perturbar a visita do papa.