Lagos - Os Estados Unidos mobilizaram militares adicionais para ajudar as forças nigerianas a encontrar as adolescentes sequestradas pelo grupo islamita Boko Haram, acusado de uma nova série de ataques nesta semana. O movimento "#BringBackOurGirls" queria organizar uma passeata até a mansão do presidente nigeriano Goodluck Jonathan em Abuja, a capital federal, para manter a pressão sobre o chefe de Estado.
[SAIBAMAIS]O presidente foi muito criticado nas últimas semanas, tanto na Nigéria quanto no exterior, por sua falta de reação neste caso. Ao mesmo tempo, o sindicato nacional dos professores convocou as escolas de todo o país a fechar as portas em um "dia de protesto" contra o sequestro das 223 estudantes do ensino médio no dia 14 de abril em Chibok (nordeste). Quase 80 militares americanos foram enviados ao Chade para realizar "operações de inteligência, de vigilância e voos de reconhecimento sobre o norte da Nigéria e as regiões vizinhas" para localizar as jovens, anunciou na quarta-feira o presidente Barack Obama.
Estes militares estarão encarregados de ativar um avião não tripulado (drone) sem armas, que também foi enviado ao Chade, na fronteira do nordeste da Nigéria, disse um porta-voz do Pentágono, o coronel Steve Warren. Esses meios se somam aos já presentes desde a semana passada na Nigéria, aviões-espiões e várias equipes de especialistas e assessores americanos encarregados de apoiar as forças de segurança nigerianas em suas buscas. Reino Unido, França e recentemente Israel também enviaram especialistas para ajudar a Nigéria. A China, que teve dez cidadãos sequestrados, provavelmente pelo Boko Haram, em uma região fronteiriça com o Camarões, também ofereceu ajuda.
Washington já realizou nos últimos dias voos de aviões teleguiados sobre zonas às quais as jovens poderiam ter sido levadas. O Pentágono não informou sua base de origem - provavelmente Niamey (Níger) - mas considera que contar com um drone no Chade permitirá fortalecer a presença sobre as regiões importantes nas buscas. Estes reforços americanos foram enviados enquanto a Nigéria sofria nesta semana uma onda de violência atribuída ao Boko Haram, que deixou 150 mortos no total.