O secretário americano de Estado, John Kerry, afirmou nesta quarta-feira (21/5), no México, que a opção de sancionar funcionários venezuelanos segue sobre a mesa, mas espera que Caracas "honre" o diálogo com a oposição e que não haja a necessidade de aplicá-las.
"Nossa esperança é que as sanções não sejam necessárias. Nossa esperança é que possamos ir na direção da reconciliação", disse Kerry em entrevista coletiva durante visita ao México.
O secretário de Estado fez votos para que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tome "as decisões necessárias à implementação das sanções", como libertar os dirigentes opositores detidos e proteger os direitos humanos dos manifestantes, que há mais de três meses protestam nas ruas contra o governo.
"É importante honrar o processo de diálogo", destacou Kerry ao garantir que o governo venezuelano "fracassou totalmente" em cumprir os acordos prévios acertados com a oposição há um mês.
Enquanto não houver mudanças, "todas as opções estão sobre a mesa, com a esperança de que possamos mover o processo (de diálogo) para frente".
Kerry reconheceu que há uma iniciativa de sanções em "andamento" com a decisão do Senado de dar sinal verde a medidas contra funcionários venezuelanos envolvidos em violações dos direitos humanos durante manifestações.
Este é um passo prévio para sua eventual adoção pelo Congresso dos EUA. Maduro repudiou na terça-feira as eventuais sanções, que qualificou de "detestáveis" e de nova "ingerência de setores da extrema direita dos Estados Unidos nos assuntos internos" da Venezuela.
Kerry destacou que os Estados Unidos compartilham a "impaciência crescente" na América diante da demorada solução para a crise, e recordou que conversou pessoalmente com parte dos incentivadores do diálogo, promovido pelos chanceleres de Brasil, Colômbia e Equador.