Os Estados Unidos, aliados militares da Tailândia, consideraram que a lei marcial imposta nesta terça-feira (20/5) pelo Exército tailandês não pode ser considerada golpe de Estado, já que está prevista na Constituição do país asiático, comunicou o governo norte-americano.
A porta-voz do Departamento de Estado, Jennifer Psaki, recomendou, entretanto, que os militares tailandeses, que mobilizaram suas tropas em Bangcoc e censuraram os meios de comunicação, respeitem as instituições democráticas do reino.
"A declaração da lei marcial é autorizada pela Constituição tailandesa", disse a porta-voz ao ser questionada sobre a posição de Washington em relação aos acontecimentos em curso em Bangcoc, após meses de distúrbios.
"O Exército (tailandês) declarou publicamente que esta seria uma medida temporária. Esperamos que esse compromisso seja respeitado (...), assim como as instituições democráticas", acrescentou a porta-voz.
A diplomata pediu às autoridades tailandesas que "protejam as liberdades públicas, a liberdade de expressão e de imprensa" e afirmou que seu governo está "em constante comunicação com as forças armadas (da Tailândia) e com o governo de Bangcoc, após a imposição da lei marcial".
Psaki também pediu o diálogo entre as partes, com o objetivo de colocar fim à crise política e às manifestações contra o governo, que deixaram em 28 mortos.
O primeiro-ministro interino da Tailândia, Niwattumrong Boonsongpaisan, convocou o Exército a atuar "com respeito à Constituição". Seu governo não havia sido informado pelos militares de que eles declarariam a lei marcial.
Boonsongpaisan propôs a convocação de eleições legislativas para o dia 3 de agosto. A oposição exige nas ruas a saída do governo, se necessário com o uso da força.