Cairo - Um tribunal egípcio condenou neste domingo 126 simpatizantes do presidente islamita deposto Mohamed Morsy, destituído pelo exército em julho de 2013, a 10 anos de prisão por atos de violência - informaram neste domingo fontes do judiciário local.
Neste novo episódio de processos em massa, os réus foram julgados culpados pela participação em "motins" em Kafr el-Cheikh, norte do Cairo, em 16 de agosto de 2013. Também respondem por "porte de armas brancas e de fogo", "agressão contra as forças de ordem" e por formação de "organização proibida", em referência à Irmandade Muçulmana, da qual Morsy faz parte.
Os atos de violência ocorreram dois dias depois que a polícia matou 700 manifestantes pró-Morsy durante a dispersão pelas forças de segurança no Cairo.
[SAIBAMAIS]
Num outro caso, uma corte criminal do Cairo condenou 37 partidários do presidente islamita a 15 anos de prisão por terem supostamente tentado explodir uma bomba numa estação de metrô da capital egípcia no final de 2013, ainda segundo as mesmas fontes.
Desde a destituição e subsequente prisão de Morsy pelo exército em julho de 2013, policiais e soldados iniciaram uma dura repressão a seus simpatizantes. O resultado são mais de 1.400 mortos e cerca de 15.000 presos.
Leia mais notícias em Mundo
Além disso, centenas de pessoas receberam pena de morte ou foram condenadas a duras penas nos processos em massa. No final de abril, um tribunal de Minya, sul do Cairo, condenou à morte cerca de 700 pessoas, entre elas Mohamed Badie, líder supremo da Irmandade Muçulmana. As execuções sumárias são criticadas pela ONU, que as consideram "sem precedentes na História recente".