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Navio encalhado em Galápagos tem fissura no casco, dizem autoridades

Combustível do navio (19.000 galões de diesel) e 300 galões de lubrificantes já foram retirados, mas nos compartimentos de carga herméticos do navio permanecem produtos contaminantes de limpeza

Agência France-Presse
postado em 13/05/2014 19:00
Um navio com carga de produtos poluentes, que encalhou na sexta-feira (9/5) em águas do arquipélago equatoriano de Galápagos, sofreu uma fissura no casco sem, por enquanto, ter sido registrada contaminação, informou uma autoridade.

"Existe uma fissura na sala de máquinas, o que fez com o local inundar", contou nesta terça-feira à AFP o diretor de Ecossistemas da Direção do Parque Nacional Galápagos (DPNG), Víctor Carrión. Ele acrescentou que a embarcação, de bandeira equatoriana e encalhada em frente a Puerto Baquerizo Moreno (capital da ilha San Cristóbal), está assentada no fundo do mar e por isso a fenda não está visível. Ele disse, ainda, que a inundação da sala de máquinas "sobe e desce, conforme a maré". "Não foi registrada uma contaminação ambiental e há barreiras de contenção ao redor do navio", afirmou Carrión.

[SAIBAMAIS]O combustível do navio (19.000 galões de diesel) e 300 galões de lubrificantes já foram retirados, mas nos compartimentos de carga herméticos do navio permanecem produtos contaminantes de limpeza. As autoridades ainda trabalham para a retirada do navio. A área de Baquerizo Moreno abriga a maior população de leões marinhos do arquipélago das Galápagos, situado 1.000 km em frente à costa do Equador.



As ilhas fazem parte do Patrimônio Natural da Humanidade da Unesco, ao abrigar flora e fauna únicas no mundo. "É comum ver entre 1.000 e 1.500 leões marinhos descansando na baía de Puerto Baquerizo. Na região há outras especies, como gaivotas e patolas-de-pés-azuis", destacou o funcionário da DPNG (vinculada ao Ministério do Meio Ambiente). "O maior risco ambiental, que representava o combustível, foi superado", disse o funcionário.

As autoridades informaram que a embarcação, que transportava 1.200 toneladas de carga, como materiais de construção e comestíveis, adernou para o lado esquerdo. "Foi retirada a carga que estava na cobertura, mas os especialistas recomendam manter a dos porões até que seja reabilitado e levado a um local seguro para evitar que o navio fique leve e vulnerável à ondulação", acrescentou Carrión.

Em 2001, o navio "Jessica", de bandeira equatoriana, transportando combustível, encalhou em frente à mesma Puerto Baquerizo Moreno, provocando um grave problema ambiental que afetou várias espécies.

O arquipélago equatoriano leva o nome das gigantescas tartarugas Galápagos que habitam ali e serviu de laboratório natural para o cientista inglês Charles Darwin, autor da teoria da evolução das espécies.

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