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Navio encalhado em Galápagos tem fissura no casco, dizem autoridades

Combustível do navio (19.000 galões de diesel) e 300 galões de lubrificantes já foram retirados, mas nos compartimentos de carga herméticos do navio permanecem produtos contaminantes de limpeza

Um navio com carga de produtos poluentes, que encalhou na sexta-feira (9/5) em águas do arquipélago equatoriano de Galápagos, sofreu uma fissura no casco sem, por enquanto, ter sido registrada contaminação, informou uma autoridade.

"Existe uma fissura na sala de máquinas, o que fez com o local inundar", contou nesta terça-feira à AFP o diretor de Ecossistemas da Direção do Parque Nacional Galápagos (DPNG), Víctor Carrión. Ele acrescentou que a embarcação, de bandeira equatoriana e encalhada em frente a Puerto Baquerizo Moreno (capital da ilha San Cristóbal), está assentada no fundo do mar e por isso a fenda não está visível. Ele disse, ainda, que a inundação da sala de máquinas "sobe e desce, conforme a maré". "Não foi registrada uma contaminação ambiental e há barreiras de contenção ao redor do navio", afirmou Carrión.

[SAIBAMAIS]O combustível do navio (19.000 galões de diesel) e 300 galões de lubrificantes já foram retirados, mas nos compartimentos de carga herméticos do navio permanecem produtos contaminantes de limpeza. As autoridades ainda trabalham para a retirada do navio. A área de Baquerizo Moreno abriga a maior população de leões marinhos do arquipélago das Galápagos, situado 1.000 km em frente à costa do Equador.



As ilhas fazem parte do Patrimônio Natural da Humanidade da Unesco, ao abrigar flora e fauna únicas no mundo. "É comum ver entre 1.000 e 1.500 leões marinhos descansando na baía de Puerto Baquerizo. Na região há outras especies, como gaivotas e patolas-de-pés-azuis", destacou o funcionário da DPNG (vinculada ao Ministério do Meio Ambiente). "O maior risco ambiental, que representava o combustível, foi superado", disse o funcionário.

As autoridades informaram que a embarcação, que transportava 1.200 toneladas de carga, como materiais de construção e comestíveis, adernou para o lado esquerdo. "Foi retirada a carga que estava na cobertura, mas os especialistas recomendam manter a dos porões até que seja reabilitado e levado a um local seguro para evitar que o navio fique leve e vulnerável à ondulação", acrescentou Carrión.

Em 2001, o navio "Jessica", de bandeira equatoriana, transportando combustível, encalhou em frente à mesma Puerto Baquerizo Moreno, provocando um grave problema ambiental que afetou várias espécies.

O arquipélago equatoriano leva o nome das gigantescas tartarugas Galápagos que habitam ali e serviu de laboratório natural para o cientista inglês Charles Darwin, autor da teoria da evolução das espécies.