O governo nigeriano aceitou a ajuda internacional oferecida por Washington, Londres e Paris, além de Israel e China, apesar de ter se mostrado reticente diante de "interferências" estrangeiras.
Os especialistas americanos analisam de maneira minuciosa o vídeo do Boko Haram obtido na segunda-feira pela AFP, que mostra um grupo de 130 adolescentes ao ar livre, em um local não identificado, recitando juntas a Al-Fatiha, o primeiro capítulo ("sura") do Alcorão.
Segundo o governador do estado de Borno, Kashim Shettima, "todas as jovens desse vídeo foram identificadas como sendo as alunas da escola de Chibok", sequestradas em meados de abril pelo grupo islamita.
Abuja rejeita as "condições"
No mesmo vídeo, o chefe do grupo armado, Abubakar Shekau, exige a libertação de prisioneiros do grupo em troca das estudantes que ainda estão nas mãos dos insurgentes.
Depois de ameaçar transformar as adolescentes em "escravas" em um vídeo anterior, desta vez, Shekau disse tê-las convertido ao Islã.
Ele propõe trocar as jovens por integrantes do grupo que estão presos. Shekau declarou ainda que a troca será feita apenas com "aquelas que não se converteram ao Islã", e que aquelas que aceitaram virar muçulmanas se tornaram "irmãs". O governo se negou a aceitar as condições impostas pelos insurgentes.
Reunião sábado em Paris
Por iniciativa do presidente francês, François Hollande, uma cúpula sobre segurança na Nigéria será realizada no próximo sábado, com representantes da Nigéria e de quatro de seus vizinhos - Chade, Camarões, Níger e Benin. Americanos e britânicos também foram convidados.
Em Paris, duas ex-primeiras-damas, Carla Bruni-Sarkozy e Valérie Trierweiler, exigiram nesta terça a libertação das jovens, junto com outras personalidades.
A rebelião do Boko Haram ("A educação ocidental é um pecado", na língua hauça) provocou milhares de mortes desde 2009.
O grupo nigeriano, que quer criar um Estado islâmico, ampliou a área de atuação e cometeu recentemente ataques fora de seus redutos do norte da Nigéria, de maioria muçulmana.