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França prende seis pessoas acusadas de se unir a jihadistas na Síria

A operação foi realizada pela unidade de intervenção de elite da polícia em um bairro do sul de Estrasburgo, perto da fronteira com a Alemanha

Paris - Seis pessoas suspeitas de ter viajado à Síria para se unir aos jihadistas estavam nesta terça-feira (13/5) em prisão preventiva após uma operação do serviço de contraespionagem na cidade de Estrasburgo, no leste da França.

[SAIBAMAIS]A operação foi realizada pela unidade de intervenção de elite da polícia em um bairro do sul de Estrasburgo, perto da fronteira com a Alemanha. Segundo testemunhos ouvidos no local, dois jihadistas mortos na Síria procediam deste bairro e outros jovens da zona chegaram da Síria há cerca de um mês. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou a detenção e a prisão preventiva de seis pessoas.



É uma "nova demonstração da determinação total do governo a lutar com todas as suas forças contra o terrorismo e o recrutamento de jovens para o radicalismo violento", acrescentou o ministro à imprensa. O governo do presidente francês François Hollande colocou em prática um plano antijihad para dissuadir os jovens de combater na Síria e evitar ações terroristas no território francês. Na França foram abertos dezenas de procedimentos judiciais contra supostos jihadistas. Os serviços de inteligência temem que alguns deles cometam ações terroristas ao voltar da Síria.

Temem que surjam outros "Mohammed Merah", o franco-argelino de 23 anos que em 2012 assassinou a sangue frio três militares, além de três alunos e um professor judeus no sudoeste da França. Merah, que dizia ser membro da Al-Qaeda, morreu em uma operação da polícia em seu apartamento. O plano governamental também prevê um número de telefone gratuito para denunciar as pessoas que planejam ir lutar na Síria, a privação de passaporte para os jihadistas e uma vigilância maior dos sites extremistas.

Em maio, a França estimava que 285 franceses lutavam na Síria. Os jihadistas estrangeiros, principalmente europeus, costumam ser recrutados pelo Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL), um grupo ultrarradical acusado de cometer atrocidades no norte da Síria. Outrora aliados contra o regime do presidente sírio Bashar al-Assad, o EIIL e os rebeldes travam há meses uma guerra sem quartel.