Em outro trecho, o documento ressalta que para continuar a circulação, a maioria das publicações teve de reduzir o número de páginas e a tiragem. O texto ressalta a longa história dos jornais que empregam um número significativo de trabalhadores. A carta detalha que jornais como El Impulso, com 110 anos; El Universal (um dos maiores do país e principal opositor), com 105 anos; e El Nacional, com 71 anos, poderão ;desaparecer;. Somadas, as três publicações empregam mais de 1600 trabalhadores de forma direta. ;E temos que somar também os empregos indiretos, de transportadores, vendedores de ruas e bancas de jornais que serão afetados;, argumenta o texto.
[SAIBAMAIS]Há vários dias o El Universal reduziu em 30% as suas páginas e declarou-se em situação de emergência devido à falta de papel. O sindicato disse que não houve resposta da parte dos órgãos competentes do governo ao pedido de autorização para compra dos dólares necessários para importação de papel. ;Essa crise aumentou porque as empresas editoras não recebem permissão para adquirir os dólares necessários para comprar o papel;, explica.
A carta lembrou ao presidente Nicolás Maduro que "a Constituição dispõe que o trabalho é um direito e que é dever do Estado fomentar o emprego", e pediu que os recursos necessários à aquisição de papel sejam liberados às empresas jornalísticas, para que suas atividades sejam normalizadas e preservados os postos de trabalho.
Na Venezuela está em vigor, desde 2003, um sistema de controle cambial que regula a obtenção de moeda estrangeira, e estabelece que as empresas devem recorrer às autoridades para ter acesso aos dólares oficiais para as importações. A relação entre o governo venezuelano e a imprensa privada é delicada. O governo acusa parte da imprensa e algumas agências internacionais de fazer parte de um "complô" contra o governo e participar de tentativas de golpe de estado contra o governo Maduro.