Bangcoc - O primeiro-ministro interino da Tailândia declarou nesta segunda-feira (12/5) estar disposto a dialogar com os manifestantes que exigem a renúncia do governo, após seis meses de protestos que deixaram 25 mortos e levaram à queda da primeira-ministra Thaksin Shinawatra.
"Estamos abertos ao diálogo", declarou o primeiro-ministro Niwattumrong Boonsongpaisan, em sua primeira coletiva de imprensa internacional.
Diante da pergunta de um jornalista sobre o fato de que o porta-voz dos manifestantes Suthep Thaugsuban declarou querer dialogar com ele, respondeu: "É um bom sinal, vamos falar".
"Mas vamos falar de maneira realista", acrescentou. "Passaram-se seis meses e governamos o país muito bem. Não acredito que vá ocorrer uma guerra civil", afirmou, negando as advertências dos Camisas Vermelhas, um movimento pró-governamental.
O primeiro-ministro não deixou de reiterar a legalidade de seu governo. "Temos a autoridade legítima até que tenhamos um governo eleito" nas eleições convocadas para o dia 20 de julho.
O primeiro-ministro considerou ilegal a ideia de Suthep de formar um governo não eleito com um primeiro-ministro proposto pelo presidente do Senado (conhecido por sua oposição ao partido Puea Thai, que se encontra no poder).
"É a lei, e não nós, quem diz que devem ser realizadas eleições antes" das reformas, insistiu o primeiro-ministro. Os manifestantes até o momento não reconheceram o primeiro-ministro interino e rejeitam as eleições legislativas.
Mas a destituição de Yingluck e sua substituição por uma figura mais neutra, embora tenha trabahlhado junto a Thaksin Shinawatra (irmão da primeira-ministra destituída), pode ajudar.
Thakshin, atualmente no exílio, havia sido deposto por um golpe de Estado em 2006. No entanto, seus opositores sustentam que segue dirigindo o país à distância e não querem no poder ninguém que tenha vínculos com o "clã Shinawatra".
Segundo os analistas, os manifestantes têm o apoio das elites próximas à monarquia, que consideram o "clã Shinawatra", vencedor de todas as eleições legislativas desde 2001, como uma ameaça para a figura do rei da Tailândia, de 86 anos.