Esse ex-ministro etíope das Relações Exteriores e um dos principais negociadores da Igad, felicitou Kiir e Machar por terem "posto fim à guerra". "Os combates vão terminar", garantiu.
Alguns minutos antes, o presidente Kiir e Machar, que hoje é um dos líderes de uma rebelião contra o governo, falaram com os jornalistas separadamente após um dia de negociações indiretas. Depois, eles se encontraram e apertaram as mãos um do outro pela primeira vez desde o início do conflito entre o Exército e os rebeldes nesse jovem país, independente desde julho de 2011.
Tendo a rivalidade de Kiir e Machar como pano de fundo, o conflito no Sudão do Sul já deixou milhares de mortos e forçou mais de 1,2 milhão de sul-sudaneses a deixar seus lares.
À rivalidade política somaram-se velhos rancores entre os povos dinka e nuer, dos quais Kiir e Machar são oriundos, e os combates acabaram seguidos de massacres e atrocidades contra civis, cometidos por ambos os lados com base em critérios étnicos. Recentemente, ONU e Estados Unidos alertaram para os riscos de "genocídio" e "fome" no país, colocando Kiir e Machar sob intensa pressão diplomática.
Washington chegou a ameaçar os dois dirigentes com sanções e, na última terça, impôs as primeiras medidas contra dois generais de um e de outro lado. Segundo o secretário de Estado americano, John Kerry, em declarações à imprensa em 6 de maio, "ambos (os generais) foram responsáveis por atos inconcebíveis de violência contra os civis".
Um dos generais punidos, Peter Gadet, pertencia ao comando das tropas rebeldes, enquanto o outro, Marial Chinoum, é um dos líderes das forças leais ao Exército de Libertação do Povo do Sudão. Quaisquer bens que ambos tenham nos Estados Unidos serão congelados. "Estou feliz que tenhamos assinado esse acordo esta noite", declarou Machar à imprensa.
Riek Machar passou à clandestinidade após ter sido acusado, em meados de dezembro, de tentativa de golpe de Estado, quando os confrontos explodiram no Exército sul-sudanês entre as tropas leais a cada um dos líderes.