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Putin suaviza tom sobre Ucrânia sem renunciar aos seus objetivos

Os pró-russos desconsideraram a proposta de Putin e mantêm a convocação antecipada para o referendo



Para Alexei Makarkin, do Centro de Tecnologia Política de Moscou, a Rússia arriscava muito com o apoio a um referendo, no qual grande parte da população do leste da Ucrânia não teria podido participar.

Segundo este especialista, a posição do Kremlin mostra que as negociações com os ocidentais estão em andamento e que a Rússia não tem a intenção de incorporar ao seu território as regiões do leste e do sul da Ucrânia. "Seria mais um conflito com a comunidade internacional e uma pesada obrigação" devido às sanções, estimou.

- Evitar sanções -

Maria Lipman, da delegação de Moscou do Centro Carnegie, também estimou que a Rússia "tenta evitar sanções sérias e ganhar tempo, já que a Europa também não tem muita vontade de aplicá-las".

Em sua edição desta quinta-feira, o jornal econômico russo Kommersant afirmava que "as propostas de Putin privam os partidários da linha dura contra Moscou do pretexto formal de lançar um terceiro pacote de sanções econômicas".

No entanto, Lipman ressalta que é impossível prever o que acontecerá. "Putin mantém todos na tensão e na incerteza", acrescentou.

Putin garantiu na quarta-feira que a Rússia havia retirado suas tropas da fronteira ucraniana, embora tenha supervisionado nesta quinta-feira a partir de Moscou amplos exercícios militares, entre eles o lançamento de mísseis intercontinentais, na véspera de um grande desfile militar para celebrar a vitória russa contra os nazistas.