Caracas - Unidades policiais invadiram na madrugada desta quinta-feira (8/5) quatro acampamentos de protesto de estudantes opositores em diferentes pontos de Caracas, o principal deles perto do escritório da ONU, e prenderam 243 pessoas. O ministro do Interior, general Miguel Rodríguez Torres, justificou a operação alegando que os acampamentos eram usados como esconderijos de grupos "violentos" que cometiam atos "terroristas".
No último mês, além de passeatas e incidentes esporádicos, a maioria dos protestos se concentrou em diferentes acampamentos de jovens em Caracas, o principal deles instalando diante dos escritórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), onde centenas de jovens montaram barracas e cortaram três das seis pistas de uma avenida. O ministro do Interior disse que durante a operação foram "apreendidas drogas, armas, explosivos, morteiros, gás lacrimogêneo, tudo o que utilizam diariamente para enfrentar as forças de segurança".
Uma equipe da polícia científica seguiu para os acampamentos para "levantar todas as evidências, classificá-las e apresentá-las ao tribunal correspondente para que se indicie quem deve ser indiciado e para que sejam adotadas as medidas do ponto de vista judicial", completou. "Os detidos foram levados para a sede da Polícia Nacional Bolivariana e outros para (a unidade militar de) Forte Tiuna", disse a advogada e ativista dos direitos humanos, Elenis Rodríguez.