Donetsk - A Ucrânia prosseguirá com a operação contra os rebeldes pró-Rússia no leste do país, que anunciaram a manutenção para domingo (11/5) do referendo de independência, rejeitando assim o adiamento proposto pelo presidente russo, Vladimir Putin. A consulta sobre uma "declaração de independência" da república autoproclamada de Donetsk ocorrerá em 11 de maio, anunciaram simultaneamente representantes dos rebeldes em Donetsk e Slaviansk.
As autoridades de Kiev não reconhecem este projeto, na sua opinião, de "referendo terrorista", segundo o ministério das Relações Exteriores, que recordou que Moscou mencionou um cenário similar na Crimeia. Esta península do Mar Negro foi anexada à Rússia no mês de março, depois de celebrar uma consulta de independência da Ucrânia.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank Walter Steinmeier, destacou o "tom construtivo" utilizado por Putin e disse que a diplomacia ainda tem uma oportunidade para "evitar uma nova escalada da violência". Ao comentar o outro anúncio de Putin sobre a retirada das tropas da fronteira com a Ucrânia, os países ocidentais demonstraram ceticismo. O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, declarou que não havia "nenhum sinal" de retirada.
Em Moscou, o ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, afirmou que as capacidades nucleares da Rússia em terra, mar e ar estavam em "alerta constante". Ao mesmo tempo, a Rússia teria executado vários testes de mísseis balísticos supervisionados por Putin, incluindo o lançamento de um míssil balístico intercontinental a partir da base de Plesetsk (norte da Rússia), segundo agências russas.
Surpresa para os insurgentes
Os rebeldes pró-Moscou foram surpreendidos na quarta-feira pela proposta inesperada de Putin de adiar o referendo. Em Donetsk, região na fronteira com a Rússia, várias pessoas se reuniram nesta quinta-feira na prefeitura, ocupada desde meados de abril pelos separatistas.
Em Slaviansk, outro reduto rebelde, foram registrados combates na periferia da cidade durante a madrugada. As autoridades ucranianas iniciaram na sexta-feira da semana passada uma operação militar para retomar o controle da região, o que provocou dezenas de mortes.