Moradores da cidade indicaram à agência de notícias Reuters que os extremistas dispararam contra o mercado municipal, que estava lotado, queimaram casas e chagaram a cortar a garganta de algumas vítimas. Talatu Sule relatou à agência que se escondeu em casa com os filhos e, quando deixou a residência, deparou-se com a brutalidade dos milicianos. ;Eu contei 85 mortos até perder o interesse de contar. Foi horrível. Eles queimaram veículos e 17 trailers carregados com vacas e grãos;, afirmou.
O Boko Haram já fez mais de 1,5 mil vítimas desde o início do ano na Nigéria, o país mais populoso da África e que detém a maior economia do continente. A dificuldade do governo de Abuja em conter as ações violentas dos extremistas, que dominam o nordeste e já executaram ações no noroeste e no sul do país, preocupa a comunidade internacional. John Campbell, ex-embaixador dos Estados Unidos na Nigéria e membro do Conselho de Relações Exteriores (CFR, na sigla em inglês), observa que o Boko Haram demonstrou capacidade de agir em quase um quarto do território nigeriano . Para ele, a ausência do Estado levou parte da população a apoiar o Boko Haram, embora Abuja negue tal suporte. ;No norte, há uma noção de marginalização por parte de um governo que é tido como predominantemente do sul do país e cristão. As estatísticas econômicas e sociais no nordeste da Nigéria são, de longe, as piores do país. E estão piorando;, avalia.
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