<div style="text-align: justify"><span style="font-weight: bold">Montevidéu</span> - O presidente do Uruguai, José Mujica, firmou nesta terça-feira (6/5) o decreto que estabelece como será implementada a lei - aprovada em dezembro passado - que legaliza a produção, distribuição e venda da maconha no país.<br /><br />O decreto estabelece que os consumidores - maiores de 18 anos, residentes no país e inscritos como usuários - poderão comprar até 10 gramas semanais de maconha, nas farmácias autorizadas. A maconha legal terá 15% de concentração de tetrahidro cannabinol (THC), princípio psicoativo da cannabis, e será vendida em cinco variedades, ao custo de entre 20 e 22 pesos por grama (0,9 dólar).<br /><br />A maconha será plantada pela iniciativa privada em terras do Estado, e deverá chegar às farmácias até o final do ano. A lei também permite o plantio para o consumo pessoal e em clubes de fumantes, que deverão estar inscritos no Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (Ircca), que entrará em atividade nos próximos dias.<br /><br />O Uruguai se tornou em dezembro passado o primeiro país do mundo a regulamentar a produção, distribuição e venda da maconha, uma iniciativa promovida por Mujica para combater o tráfico de drogas. "A principal bandeira da lei é o combate ao narcotráfico", disse Mujica no domingo.<br /><br />"No mundo do crime havia códigos, mas com o advento da cultura narco, vale tudo, qualquer coisa. Metodologicamente, contagia todas as outras formas de crime. A luta será muito longa", declarou à rádio Montecarlo.<br /><br />O plano uruguaio tem sido criticado pela Junta Internacional de Fiscalização e Entorpecentes (JIFE), da ONU. Mas é visto com interesse por organizações civis e pela Organização de Estados Americanos (OEA), que em maio chamou a considerar uma eventual legalização da maconha como forma de luta contra o narcotráfico.<br /><br />"Todos os países do hemisfério estão muito interessados no que está acontecendo aqui, há um debate muito aberto e há bastante interesse em ver como o processo continua", comentou à AFP Paul Simons, secretário executivo da Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD), da OEA, que visitou Montevidéu na segunda-feira.</div>