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Japão não aceitará mudanças de fronteiras, avisa primeiro-ministro

Apesar de não integrar a aliança atlântica, o Japão tem assinado acordos de cooperação com a organização e participa de programas conjuntos de luta contra a pirataria marítima e antiterrorismo

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou nesta terça-feira (6/5) que o Japão não aceitará uma mudança de fronteiras na Europa e na Ásia. "Não vamos tolerar uma mudança do status quo por meio da intimidação, da coerção ou da força", disse o primeiro-ministro japonês em uma coletiva de imprensa com o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, em Bruxelas.

"Essa posição não só se aplica à Europa ou à Ucrânia. Aplica-se também ao leste da Ásia, e a todo o mundo. É algo que todos devem levar em consideração", acrescentou Abe.

Rasmussen, que recebeu o primeiro-ministro japonês ressaltou a gravidade da crise na Ucrânia "para a segurança europeia". "Esta crise tem sérias implicações para a segurança e para a estabilidade de toda a área euro-atlântica", disse o secretário-geral, acrescentando que "a segurança e a estabilidade nas regiões euro-atlântica e da Ásia-Pacífico não podem ser tratadas de forma separada".

O Japão não é integrante da aliança atlântica, mas tem assinado acordos de cooperação com a organização e participa de programas conjuntos de luta contra a pirataria marítima e antiterrorismo. As Forças de Autodefesa do Japão também apoiam a missão da Otan no Afeganistão. Abe não mencionou a China na coletiva de imprensa.



Desde o final de 2012, as relações entre China e Japão estão mais tensas devido a uma disputa territorial em torno de Senkaku, um pequeno arquipélago administrado por Tóquio e que Pequim reivindica, batizando a região de Diayou.

Em abril, o presidente americano, Barack Obama, apoiou Tóquio nesse litígio, ao afirmar que o arquipélago está "coberto" pelo tratado de defesa entre Estados Unidos e Japão.