Sloviansk - As tropas ucranianas mataram 30 rebeldes pró-russos em sua ofensiva por terra e ar no leste do país, onde a comunidade internacional quer evitar uma guerra civil mobilizando novos esforços diplomáticos. O presidente francês, François Hollande, advertiu nesta terça-feira (6/5) que, se não for realizada a eleição presidencial prevista para 25 de maio na Ucrânia, o país afundará no caos, com um "risco de guerra civil".
Em outra cidade desta região, Donetsk, todos os voos ficaram temporariamente suspensos na manhã desta terça-feira, sem que até o momento os motivos tenham sido esclarecidos. Kiev e os aliados ocidentais temem que a Rússia acabe por invadir o leste da Ucrânia. Mas o comandante das forças da Otan na Europa, general Philip Breedlove, opinou que o presidente russo Vladimir Putin pode alcançar seus objetivos sem enviar tropas.
"O mais provável é que (Putin) siga desacreditando o governo (ucraniano), provocando o caos e tentando preparar o terreno para um movimento separatista no leste ucraniano", declarou o comandante. O presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, nomeou de forma permanente o comandante do Estado-Maior do exército, que colocou as Forças Armadas de alerta e restabeleceu o serviço militar obrigatório.
ONU condena violência
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou nesta terça-feira a violência na Ucrânia e pediu às partes que reduzam a tensão. A Alta Comissária Navi Pillay pediu ao governo ucraniano que respeite as normas internacionais em suas operações militares, e os direitos humanos da população de língua russa. Em referência aos ativistas pró-Rússia, Pillay também declarou que "os grupos armados e bem organizados devem colocar fim a suas ações ilegais, entregar as armas, libertar os detidos e esvaziar os edifícios públicos que estão ocupando".
Por sua vez, o presidente da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), Didier Burkhalter, viajará na quarta-feira a Moscou para se reunir com Putin. Os dois falarão da "adoção de mesas-redondas sob a mediação da OSCE, para facilitar um diálogo nacional antes da eleição presidencial" de 25 de maio na Ucrânia, segundo a Alemanha. Ao mesmo tempo em que estendem uma mão à Rússia, as potências ocidentais mantêm a política de sanções contra Moscou.
O subsecretário americano do Tesouro encarregado das sanções, David Cohen, viajará à França, Alemanha e Reino Unido de terça-feira até sexta-feira para coordenar "a aplicação das sanções em resposta às ações ilegais da Rússia na Ucrânia", segundo um comunicado do Tesouro.