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Pelo menos 350 morrem em deslizamento de terra no Afeganistão

A Força Internacional da Otan no Afeganistão (Isaf) está trabalhando com o Exército afegão nas buscas por sobreviventes

Agência France-Presse
postado em 02/05/2014 13:54
Mazar-e Sharif - Pelo menos 350 pessoas morreram na província de Badakhshan, no nordeste do Afeganistão, em um deslizamento de terra nesta sexta-feira (2/5) causado pelas fortes chuvas, informaram as autoridades que lançaram uma grande operação de resgate das vítimas. As primeiras equipes de resgate já chegaram ao local da tragédia e contam com a ajuda das Nações Unidas e da força militar da Otan.

Pessoas se reúnem em local de deslizamento de terra no distrito de Argo, na província de Badakhshan, no Afeganistão
"O número de mortos chega a 350" e a catástrofe pode ter deixado muitos desabrigados, indicou a missão da ONU no país (Unama) em um e-mail, informando que os serviços da ONU trabalham com as autoridades locais para socorrer as vítimas presas nos escombros. "A resposta a esta tragédia está sendo mobilizada para aqueles que sobreviveram", informou. A Força Internacional da Otan no Afeganistão (Isaf) está trabalhando com o Exército afegão nas buscas por sobreviventes, informou a ONU.

O deslizamento de terra aconteceu no distrito de Argo, na província de Badakhshan, região pobre e montanhosa na fronteira com Tadjiquistão, China e Paquistão. "É um desastre. O deslizamento afetou cerca de 1.000 famílias", declarou Sayed Abdullah Homayun Dehqan, diretor provincial da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres afegã, à AFP. "Cerca de 300 famílias foram afetadas, o que significa em torno de 2.000 pessoas. As pessoas estão trabalhando para remover as rochas, e até agora três corpos foram recuperados", relatou.



"Cerca de 700 famílias foram retiradas da área de risco, e nós começamos a enviar assistência básica, com barracas e cobertores". O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, expressou suas condolências às vítimas do desastre. "Os nossos pensamentos estão com o povo do Afeganistão que sofreu uma tragédia terrível", afirmou durante uma entrevista coletiva à imprensa ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, em Washington.

"Estamos prontos para ajudar nossos parceiros afegãos a responder a esse desastre", garantiu Obama. A ONU indicou que está ajudando a coordenar as autoridades locais no resgate daqueles que ainda estão sob os escombros, mas que o acesso rodoviário à área é difícil e não suporta máquinas pesadas.

Inundações severas

Este desastre acontece pouco tempo depois das recentes inundações que mataram 150 pessoas em várias regiões do Afeganistão. No total, as enchentes afetaram 67 mil pessoas nas províncias de Jowzjan, Faryab e Sarr-e-Pul. "Com cerca de 3.500 casas danificadas ou destruídas já registradas, o número de pessoas que necessita de abrigo continua a crescer", informou na quinta-feira o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

De acordo com o OCHA, as vítimas das recentes catástrofes necessitam de água limpa, suprimentos médicos, alimentos e abrigos. As enchentes arrasaram aldeias, destruindo milhares de casas e deixando muitas pessoas desabrigadas. Também acabaram com plantações e provocaram a morte de criações de gado em toda a região remota.

As inundações são comuns durante a estação das chuvas no norte do Afeganistão. A população da região vive em casas de barro, que oferecem pouca proteção contra a elevação dos níveis da água. Há duas semanas, um deslizamento de terra provocado pelas fortes chuvas e por um pequeno tremor varreu duas aldeias no norte da província de Takhar, matando quatro pessoas e destruindo cerca de 100 casas. Na última grande enchente registrada no Afeganistão, 40 pessoas morreram em agosto nas províncias do leste e do sudeste e em alguns bairros da capital Cabul.

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