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Rebeldes pró-Rússia e dois civis morrem em ataque a reduto separatista

O presidente interino, Olexander Turchynov, já havia indicado "muitos mortos e feridos" entre os separatistas e a morte de dois soldados do governo

Três rebeldes pró-Rússia e dois civis morreram nesta sexta-feira (2/5) em uma ofensiva militar ucraniana na cidade de Slaviansk, no leste da Ucrânia, indicou uma porta-voz dos insurgentes.

Denis Puchilin, um dos líderes separatistas de outra cidade rebelde do leste, Donetsk, disse que o ataque das forças ucranianas a Slaviansk vai atrasar a libertação dos inspetores estrangeiros e ucranianos da OSCE que estão detidos na cidade há uma semana. "A decisão de libertá-los ainda não foi tomada", declarou Puchilin em uma entrevista coletiva à imprensa.

[SAIBAMAIS]A violência nesta sexta também causou mortes no sul do país. Confrontos entre defensores da unidade da Ucrânia e militantes separatistas deixaram um morto em Odessa, cidade portuária ucraniana no mar Negro.

"Uma pessoa foi atingida com um tiro no pulmão, ela morreu antes da chegada da ambulância", afirmou o representante local do Ministério do Interior ucraniano em um comunicado.

A manifestação a favor de Kiev, com cerca de 1.500 pessoas, a maior parte torcedores de times de futebol de Odessa e de Kharkiv (leste), foi atacada por pró-russos usando capacetes com bastões, pedras e explosivos caseiros, apesar de uma tentativa de intervenção da polícia, constatou um correspondente da AFP. Cerca de dez de pessoas ficaram feridas, segundo ele.


Diante da ofensiva das forças leais a Kiev, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, pediu nesta sexta que as autoridades ucranianas "parem de assassinar seus próprios cidadãos", considerando que a ofensiva constitui "um sinal da impotência criminosa".

"O recurso à força no sudeste da Ucrânia é um sinal da impotência criminosa por parte das autoridades de fato de Kiev", escreveu o chefe do governo em sua página Facebook. "As autoridades (...) devem retomar a razão e parar de assassinar seus próprios cidadãos. Caso contrário, o país poderá ter um triste destino", acrescentou, considerando que "a responsabilidade pela guerra contre seu próprio povo cabe àqueles que tomam as decisões em Kiev".