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Taxa de desemprego cai nos Estados Unidos e chega a 6,3% em abril

No mês anterior ao levantamento, o índice de desemprego registrou a taxa de 6,7%

A taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu de forma espetacular em abril e alcançou seu nível mais baixo desde setembro de 2008, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (2/5) pelo Departamento de Trabalho.A taxa de desemprego se situou em 6,3% em abril, contra 6,7% em março, enquanto a economia criou mais empregos que o previsto, alcançando 288.000 novos postos de trabalho.

Os analistas previam uma taxa de desemprego em leve queda, a 6,6%, e a criação de 210.000 empregos diretos.

A quantidade de desempregados ficou em 9,8 milhões, após uma queda de 733.000. A geração de postos de trabalho foi registrada em vários setores, segundo o Departamento de Trabalho.

[SAIBAMAIS]Os serviços para empresas geraram 75.000 novas contratações; o comércio varejista, 35.000; o setor de alimentação, 33.000; e a construção, 32.000. Por outro lado, o Departamento revisou para cima as criações de empregos em março, que alcançaram 203.000, contra as 192.000 estimadas anteriormente.

Mas a taxa de participação da população economicamente ativa (que reúne as pessoas com emprego e aquelas que procuram) retrocedeu 0,4%, ou seja, 806.000 pessoas, situando-se em 62,8%.

O Departamento de Trabalho não deu uma explicação para essa queda de participação no mercado de trabalho. "Mais informações nos próximos meses devem fornecer mais dados sobre a evolução do mercado do emprego", afirmou Erica Groshen, responsável pelo escritório de estatísticas de trabalho. "Menos gente se inscreveu para o seguro desemprego", explicou um técnico do departamento.

Segundo Sal Guatieri, economista do BMO Capital Markets, isso reflete o fato de que um determinado número de pessoas deixou o mercado de trabalho, que a população envelhece e que muitos se aposentam.

A economia americana criou em média mensal 190.000 postos de trabalho, em números anuais. A quantidade média de horas trabalhadas por semana permaneceu sem mudanças em 34,5, enquanto o salário médio de 24,41 dólares por hora também não variou.

- Crescimento avança -

Com esses números, a taxa de desemprego cai abaixo dos 6,5% que o Federal Reserve (Fed) considerava até março como o nível abaixo do qual poderia considerar uma eventual alta das taxas de juros, próximas de zero desde o fim de 2008.

No entanto, em março o Fed abandonou essa referência por considerá-la inexata devido ao fato de algumas pessoas abandonarem o mercado de trabalho depois de meses ou anos sem conseguir emprego. Além disso, embora a taxa de desemprego melhore lentamente, a inflação segue baixa para os padrões considerados ideais pelo organismo.

O Fed localiza seu objetivo de pleno emprego em uma margem de 5,2% a 5,6%. Desde a recessão que se seguiu à crise financeira de 2008, a economia somou mais de 8,3 milhões de empregos e a taxa de desemprego caiu de 10% para 6,3%.

"Entendemos melhor por que os mercados e o Fed estavam preocupados com a quase estagnação da atividade econômica no primeiro trimestre", afirmou Paul Ashworth, economista-chefe da Capital Economics.

Na quarta-feira, o Departamento de Comércio anunciou um estancamento do crescimento do PIB entre janeiro e março, com uma expansão de apenas 0,1%. Mas o Fed afirmou que "o crescimento da atividade econômica melhorou recentemente depois de ter caído bruscamente durante o inverno, em parte pelas duras condições climáticas".

"Não acreditamos que este crescimento maior que o previsto das criações de emprego e que esta forte queda da taxa de desemprego vá convencer o Fed a acelerar os cortes de seus estímulos monetários à economia", resumiu Paul Ashworth.

O Fed cortou quatro vezes seguidas desde janeiro suas injeções de dinheiro através de compras de bônus do Tesouro e títulos hipotecários, em 10 bilhões de dólares em cada ocasião, para levá-las de 85 a 45 bilhões de dólares.

O programa deve terminar no fim do ano. Mas as taxas continuarão baixas após o fim desse esquema de apoio monetário que permitiu o aumento das bolsas nos últimos meses.