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Hispânicos são principais vítimas das armas de fogo nos Estados Unidos

"A taxa de vitimização para hispânicos nos Estados Unidos supera em mais do que o dobro a taxa correspondente à população de raça branca", aponta relatório

A violência com armas de fogo nos Estados Unidos afeta de forma desproporcional os integrantes da comunidade hispânica e já é a segunda causa de morte entre os jovens desse grupo, aponta um estudo divulgado nesta quarta-feira (30/4).

Segundo o relatório, elaborado pelo Violence Policy Center (Centro de Políticas sobre Violência), "a taxa de vitimização para hispânicos nos Estados Unidos supera em mais do que o dobro a taxa correspondente à população de raça branca".

O instituto afirmou que, de acordo com números referentes a 2010, o índice de homicídios entre os hispânicos era de 5,73 a cada 100 mil pessoas. Já "entre brancos" era de 2,52 a cada 100 mil. "Ao se fixar em jovens e adultos jovens, em 2010, o homicídio figurou como a segunda principal causa de morte para hispânicos entre 15 e 24 anos de idade", acrescenta o texto.



Essa violência afeta, principalmente, os mais jovens. Em 2011, 41% dos hispânicos vítimas de homicídio tinham 24 anos de idade, ou menos. Nesse mesmo período, o percentual entre negros americanos era de 40%, e entre os brancos não hispânicos, de 22%.

O diretor-executivo do instituto, Josh Sugarmann, disse que o relatório "mostra que a epidemia de violência com armas de fogo que assola os Estados Unidos tem um impacto desproporcional sobre a comunidade hispânica".

O estudo se baseia em critérios oficiais do censo americano. Assim, a definição de "branco" adotada no relatório é a de "uma pessoa não hispânica, que descende de qualquer povo originário de Europa, Oriente Médio, ou norte da África".

Já "hispânico" é "uma pessoa de qualquer raça, que tem origens no México, Porto Rico, Cuba, América Central, ou do Sul, ou de qualquer cultura de traço espanhol".

O estudo especifica que "raça e etnia são categorias diferentes".