Os Estados Unidos esperam que o Brasil assuma com mais determinação uma posição de liderança internacional, incluindo os problemas inerentes a este papel, disse nesta terça-feira (29/4) a subsecretária de Estado adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson.
"Damos nosso aval à capacidade e ao desejo" do Brasil de "ser um líder ativo no mundo (...) e espero que isto também signifique que o país esteja cada vez mais cômodo sobre estas oportunidades e seus frutos".
Em teleconferência sobre as relações entre a América Latina e a Ásia, Jacobson assinalou que "todo país que aspire um papel de liderança deve entender (...) que com isto, invariavelmente, virão decisões difíceis e a possibilidade de falhar".
A diplomata saudou o importante papel do Brasil na Celac e na Unasul - especialmente a mediação dos chanceleres sul-americanos na crise venezuelana -, mas disse que, as vezes, observa "hesitações" de Brasília por medo de que suas decisões não sejam bem recebidas por outros países.
A liderança coloca os países em "situações difíceis e nem sempre está óbvio como acabarão", mas no final podem dar frutos, destacou Jacobson, assinalando que os Estados Unidos também estão revisando seu papel no cenário internacional.
Segundo a diplomata, um papel mais destacado de Brasília na região e no mundo pode "aprofundar e fortalecer" a relação bilateral com Washington, afetada no ano passado pelo escândalo de espionagem eletrônica contra empresas e dirigentes brasileiros.
"Em alguns aspectos estamos nos tornando cada vez mais membros do mesmo clube", afirmou. Jacobson destacou que apesar da decisão dos governos dos dois países de deter "por um instante" a relação política, os intercâmbios nas áreas de energia, comércio, ensino e turismo "seguem adiante"