Jornal Correio Braziliense

Mundo

Onda de violência na véspera das eleições iraquianas mata 79 pessoas

Nesta terça-feira (29/4), ao menos 15 pessoas foram mortas em um duplo atentado contra um mercado

Bagdá - O Iraque vive uma nova onda de violência que matou 79 pessoas nas últimas 24 horas, o que provoca temores de novos ataques durantes as eleições legislativas de quarta-feira, as primeiras desde a saída das tropas americanas do país, em 2011. Nesta terça-feira (29/4), ao menos 15 pessoas foram mortas em um duplo atentado contra um mercado em uma cidade do leste do país, no dia seguinte a uma série de ataques que fizeram 64 vítimas fatais, incluindo vários membros das forças de segurança, e uma centena de feridos.



"Os insurgentes não vão permanecer sentados. Eles vão atacar como puderem para desacreditar o governo, desacreditar as forças de segurança e, se possível, desencorajar os iraquianos a votar", considera John Drake, especialista em segurança da AKE group.

Por temor de ataques, as autoridades decretaram cinco dias de feriado - de domingo a quinta-feira - para tentar dar maior segurança às eleições. Em um relatório divulgado na segunda-feira, o International Crisis Group observou que o primeiro-ministro soube aproveitar a ameaça terrorista e, particularmente, a situação na província sunita de Al-Anbar, onde a cidade de Fallujah está sob controle rebelde.

Insurgentes do Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL) assumiram em janeiro o controle desta cidade a 60 km de Bagdá, assim como alguns bairros de Ramadi, 40 km ao oeste da capital. "A crise salvou as chances de Nuri al-Maliki nas legislativas, já que seu segundo mandato tem sido amplamente considerado um desastre: nos últimos dois anos, o aumento da violência, os abusos por parte das forças de segurança, as inundações na capital e sua administração catastrófica das manifestações sunitas desacreditaram seu governo".

A lista de queixas é de fato terrivelmente longa. Os iraquianos estão cansados do desemprego, da corrupção endêmica e da falta de serviços públicos, para não mencionar o ressurgimento da violência. As instituições também estão em parte paralisadas devido à crise política e à insegurança, e o Parlamento aprovou muito poucos projetos desde 2010.