Manila - Novas sanções foram anunciadas nesta segunda-feira (28/4) contra a Rússia, acusada pelos ocidentais de provocar uma escalada na crise da Ucrânia, provocando uma reação imediata de Moscou, que prometeu responder. Americanos e europeus adotaram nesta segunda-feira novas sanções na tentativa de convencer Moscou a parar com a desestabilização da situação na Ucrânia.
"Certamente vamos responder" às sanções, declarou Riabkov, citado pelas agências de notícias russas. "Temos certeza de que esta resposta terá um efeito doloroso para Washington", completou, ressaltando que a Rússia dispõe de muitas opções. Os ocidentais acusam abertamente a Rússia de agitar os separatistas do leste da Ucrânia, e esperam dissuadir Moscou por meio de um isolamento no cenário internacional.
[SAIBAMAIS]Europa e Estados Unidos também estão preocupados com a forte mobilização militar russa na fronteira com a Ucrânia. Para responder a essas preocupações na região, quatro aviões de combate franceses chegaram nesta segunda-feira à Polônia, enquanto outros quatro britânicos estão na Lituânia, como parte de uma missão da Otan.
Nova fonte de crise
As novas medidas anunciadas por Bruxelas e Washington eram esperadas após a degradação da situação nos últimos dias no leste da Ucrânia, onde a rebelião pró-russa não para de crescer e onde os insurgentes mantêm desde sexta-feira em cativeiro observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
As negociações para a libertação dos sete estrangeiros e seus quatro acompanhantes ucranianos prosseguem nesta segunda-feira em Slaviansk, reduto separatista da região de Donetsk. "Todos estão vivos e bem de saúde", declarou nesta segunda à imprensa o prefeito auto-proclamado de Slaviansk, Viatcheslav Ponomarev, que os chamou no domingo de "prisioneiros de guerra".
A OSCE organiza para esta tarde em Viena uma reunião extraordinária de seu conselho sobre a situação. O governo alemão pediu nesta segunda-feira a Moscou para se posicionar claramente sobre o sequestro dos observadores e "se distanciar muito claramente desses atos". Os rebeldes de Slaviansk também mantêm detidos desde domingo três militares ucranianos acusados de espionagem.
A tensão persiste em outras cidades como Donetsk ou Kharkiv. No total, cerca de doze cidades estão atualmente nas mãos de forças pró-russas, que ocupam os prédios públicos. Um novo foco de tensão surgiu nesta segunda-feira na cidade de Kostiantynivka, perto da capital regional de Donetsk, onde insurgentes armados ocuparam a prefeitura e ergueram barricadas.
Quase 20 homens fortemente armados e com uniformes sem insígnias estavam posicionados diante da prefeitura e alguns militantes construíam barricadas na frente do prédio, no qual foi hasteada uma bandeira da "república de Donetsk". Em Kharkiv, o prefeito pró-Rússia Guenadi Kernes foi gravemente ferido por um tiro em um "atentado".
Em Donetsk, a administração regional anunciou ter encontrado o corpo mutilado de um homem em um rio com sinais de tortura similares aos dois cadáveres encontrados nos últimos dias, incluindo o de um vereador pró-Ocidente. E em Kiev, o primeiro-ministro Arseni Yatseniuk declarou que o governo ucraniano irá acionar o Tribunal de Arbitragem de Estocolmo contra a companhia russa de gás Gazprom.